Para evitar corte de 35% do efetivo da montadora, reuniões se estenderão de terça a quinta-feira desta semana
O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC confirmou negociações com a Volkswagen, envolvendo as quatro fábricas do País, a partir desta terça-feira, 25, até a quinta, 27, das 9h às 17h nos três dias. Em função da crise provocada pela pandemia da Covid-19, a montadora informou aos sindicatos que precisa reduzir em 35% o seu quadro de funcionários, o que representaria perto de 5 mil demissões.
“O mais importante neste momento é lutar por um acordo que nos blinde dos ataques que o governo vem fazendo contra a classe trabalhadora e que tendem a se agravar”, destaca nota publicada no site do sindicato do ABC na sexta-feira, 21. “Não concordamos com a pauta proposta pela empresa, mas vamos sentar à mesa para debatê-la na tentativa de buscar um caminho que atenda aos anseios dos trabalhadores”.
O mais importante no momento, segundo a entidade, é lutar pela garantia no emprego e preservação dos direitos: “É de conhecimento de todos que o acirramento da crise tem provocado a diminuição da demanda. Hoje a fábrica da Anchieta está trabalhando em dois turnos de produção, sendo que os companheiros que estariam no terceiro turno estão em layoff”, lembra o sindicato.
Após três meses de paralisação, a Volkswagen retomou produção no final de junho, mas em ritmo inferior ao da pré-pandemia. Dentre as medidas em negociação, estariam a redução do PPR, Programa de Participação nos Resultados, corte de reajustes salariais e mudanças em benefícios, como vale alimentação, transportes e plano médico.
Na semana passada, após o AutoIndústria revelar a intenção de a empresa cortar 5 mil trabalhadores, a Volkswagen confirmou em nota estar em processo de negociação com os sindicatos das fábricas paulistas de São Bernardo, Taubaté e São Carlos, SP, assim como a de São José dos Pinhais, PR, para avaliar em conjunto medidas de flexibilização e revisão dos acordos coletivos vigentes.
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O objetivo, admitiu a montadora, é adequar o seu número de empregados ao nível atual de produção, “com foco na sustentabilidade de suas operações no cenário econômico atual, muito impactado pela pandemia do novo coronavírus”.
Foto: Divulgação/Smabc/Adonis Guerra
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