Venda no segmento de caminhões perde força e interrompe curva de crescimento dos últimos meses com queda de 15%
No mês passado, os licenciamentos de veículos comerciais pesados registraram um recuo 13,7% com 9,8 mil caminhões e ônibus frente a 11,4 mil unidades emplacadas em julho.
Na comparação com agosto de 2019, quando o mercado absorveu 12,2 mil unidades, o declínio se mostrou ainda maior, de 19,8%. Os dados são da Fenabrave, federação que representa a distribuição de veículos no País, divulgados na quarta-feira, 2.
No acumulado do ano até agosto, foram entregues ao mercado transportador 66,7 mil caminhões e ônibus, volume 19,5% inferior ao anotado no mesmo período do ano passado, de 82,9 mil unidades.
Somente no segmento de caminhões, os Detrans emplacaram pouco mais de 8 mil unidades, quedas de 15,2% em relação julho, quando registrou 9,5 mil caminhões vendidos, e de 15,7% no confronto com agosto do ano passado (9,5 mil unidades).
O resultado negativo em agosto interrompe sequência de crescimento nas vendas mensais, como vinha mostrando o segmento de caminhões nos últimos meses, após o retorno das atividades produtivas, suspensas entre março e abril como medida de segurança contra a pandemia da covid-19.
De acordo com a Fenabrave, a retração observada se deve, em boa parte, justamente às novas exigências adotadas no chão das fábricas de todo o mundo, o que impede ritmo mais acelerado nas linhas de montagem.
“O mercado de caminhões não foi melhor por conta do entrave na produção. As montadoras estão sofrendo com falta de componentes importados, o que resulta em defasagem no segundo turno de trabalho nas fábricas”, avalia em nota Alarico Assumpção Júnior, presidente da federação.
O dirigente sustenta sua avaliação ao contrapor que há boas ofertas de crédito no mercado, com taxas abaixo de 1%, e alta aprovação, de sete solicitações para cada 10. “Já estamos operando com pedidos para o fim do ano em alguns modelos, principalmente, de extrapesados.”
Os oito meses do ano, o mercado de transportador de carga colocou para trabalhar 55,1 mil caminhões, volume 15,6% menor ao registrado um ano antes, de 65,4 mil.
No mercado de veículos comerciais, o segmento de ônibus é o mais afetado pela crise. Segundo a Fenabrave, o cenário só não se apresenta mais dramático para as fabricantes devido às entregas feitas por meio do programa Caminho da Escola.
Em agosto, as vendas de ônibus somaram 1,7 mil unidades, o que representou quedas de 6,1% na comparação com julho, com 1,8 mil unidades licenciadas, e de 34,4% no confronto com o mesmo mês de 2019, quando os emplacamentos do segmento alcançaram 2,7 mil unidades.
No acumulado de janeiro a agosto, o transportador de passageiros adquiriu 11,5 mil ônibus, recuo de 34% em relação ao desempenho de um ano atrás, quando somou 17,5 mil unidades.
LEIA MAIS
→Mercado de caminhões sinaliza recuperação
→Vendas de veículos pesados alcançam patamar pré-pandemia
Foto: Scania/Divulgação
Além da Toyota, Stellantis e BMW já iniciaram produção local. Outras marcas, incluindo as chinesas,…
100 mil novos empregos na cadeia e anúncio de investimento recorde de R$ 180 bilhões…
Operação recebe aporte de R$ 1,5 bilhão e atenderá indústria e mercado de reposição com…
Em 2024 já faltou pouco para superar o resultado de 2019, último ano pré-pandemia; AEA…
Primeiro modelo chega às revendas no primeiro trimestre. Produção crescerá 10%.