A indústria de caminhões inicia setembro com toda atenção na demanda do transportador. No mês passado, enquanto a produção cresceu 7,3% em relação a julho, de 6,8 mil para 7,3 mil unidades, a demanda recuou 15,3% com 8 mil caminhões licenciados contra 9,5 mil registrados no mês anterior.
“Já se esperava uma queda nas vendas. A suspensão temporária na produção, entre março e abril, e a interrupção dos serviços dos Detrans geraram represamento nos emplacamentos”, contou Marco Saltini, vice-presidente da associação durante apresentação do balanço mensal do setor automotivo na sexta-feira, 4. “Os crescimentos mensais dos últimos meses foram baseados em grande parte nos estoques.”
Pela avaliação de Saltini, o resultado das vendas já deve ter alcançado um patamar mais realista em relação ao mercado atual. Cabe a partir de agora, porém, equilibrar a produção, especialmente na adequação do mix de produtos.
“As novas medidas de segurança para respeitar o distanciamento, reduziram a produtividade, se gasta mais tempo para montar um caminhão. O desafio, além de preservar a saúde dos trabalhadores, é encontrar o ajuste ideal no mix para que não falte produto sem elevar os estoques.”
Embora o registro de alta em agosto, a produção de caminhões segue com volumes bem menores daqueles apurados no ano passado. Na comparação entre os mesmos meses, a queda foi de 31,8%. No acumulado do ano, a indústria já carrega uma retração de 36,6%, de 77 mil unidades para 48,8 mil caminhões produzidos nos últimos oito meses.
No comércio internacional, a demanda externa por caminhões nacionais promoveu um pequeno crescimento de 3,5% em agosto sobre julho, com 1,2 mil unidades exportadas. O volume, no entanto, foi 6,9% inferior ao de agosto de 2019, quando embarcaram 1,3 mil caminhões.
No acumulado do ano, a queda se mostrou ainda mais expressiva, de 17,8%. De janeiro a agosto, a indústria exportou 7,2 mil caminhões ante as 8,8 mil unidades embarcadas no mesmo período do ano passado.
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Foto: Mercedes-Benz/Divulgação
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