Seis autopeças brasileiras participam de projeto para vender para os EUA e Europa ainda este ano. Oportunidade gerada pela crise.
Avelha máxima de que crises geram oportunidades é realidade na CNH Industrial. Por causa da pandemia da Covid-19 e também da desvalorização do real, o grupo criou um projeto de estímulo a exportações dos seus fornecedores. Já foram selecionadas seis empresas que ainda este ano começam a exportar peças para duas fábricas da CNH Industrial nos Estados Unidos e outras duas na Europa.
A revelação é de Claudio Henrique Brizon, diretor de compras da CNH Industrial para América do Sul, que concedeu entrevista online nesta quarta-feira, 16, para falar da entrega do prêmio para os melhores fornecedores do grupo em 2019 realizada, também de forma virtual, na véspera.
“Já estamos na fase de aprovação das peças que serão exportadas por seis dos nossos fornecedores locais. Com maior volume de produção o custo cai e todas as partes são beneficiadas”, comentou o executivo, informando ainda que o projeto foi deflagrado no segundo trimestre deste ano e as vendas para o exterior vão começar em outubro ou novembro.
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Tempos difíceis, de desafios, mas também de busca de soluções inusitadas como ficou claro durante a premiação promovida na terça-feira, 15, pela CNH Industrial, que contempla fabricantes de máquinas agrícolas e rodoviárias (Case e New Holland), de caminhões (Iveco) e motores (FPT). Na ocasião, o presidente do grupo na América Latina, Vilmar Fistarol, foi enfático em falar sobre o “prazer de errar”.
Em meados de março, diante do que estava ocorrendo no Brasil e no mundo, a empresa chegou a prever uma queda dos negócios este ano entre 35% e 45%. Certamente o tombo será menor, bem menor do que o projetado. Se depender da estimativa de compras diretas e indiretas para este ano, da ordem de R$ 5 bilhões, o grupo repetirá o mesmo orçamento registrado em 2019.
O monitoramento das compras, da situação dos fornecedores e da demanda do mercado tem sido diário, segundo Brizon. No campo das matérias-primas, há alguma dificuldade com os aços, visto que por causa da pandemia algumas usinas concentraram as vendas nos materiais de maior demanda. O Grupo CNH Industrial compra aço para uso próprio e também para os fornecedores.
Também há falta de alguns componentes, principalmente os que vêm do norte da Índia, ainda fruto da pandemia. “Temos identificado fornecedores locais para suprir esse problema e administrado diariamente as compras e produção”, destacou Brizon. “É um esforço grande e sempre estamos buscando ampliar negócios com fornecedores locais”.
O índice de nacionalização do grupo hoje está na faixa de 60% a 70%. Brizon lembrou que há 3 anos a empresa nacionalizou uma peça (rotor) de colheitadeira e agora o fornecedor de Cachoeira do Sul, RS, começou a exportar para outras unidades do grupo.
Se é certo que este segundo semestre está sendo melhor do que se esperava, a CNH Industrial prefere ainda não falar de 2021. “Temos uma expectativa positiva, mas nada exorbitante”, disse o diretor de compras. “A retomada nesta segunda metade de 2020 está maior do que prevíamos, mas ainda não sabemos se o ritmo atual vai se manter ou se teremos crescimento maior no ano que vem”.
Foto: Divulgação/CNH Industrial
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