Empresa

Volkswagen indenizará funcionários vítimas da ditadura militar

Montadora destinará R$ 16,8 milhões aos trabalhadores e R$ 10,5 milhões a projetos de promoção da memória e da verdade

A Volkswagen do Brasil assinou nesta quarta-feira, 23, Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com Ministério Público Federal em São Paulo, o Ministério Público do Estado de São Paulo e a Procuradoria do Trabalho em São Bernardo do Campo como parte da revisão de sua história durante a ditadura militar no Brasil.

Em 2016, a própria montadora encomendou estudo independente sobre sua atuação nos chamados Anos de Chumbo. Comandado pelo historiador Christopher Kopper, da Universidade de Bielefeld, o levantamento concluiu que agentes de segurança da fábrica de São Bernardo do Campo cooperaram com as forças de repressão dos governos militares e que “os funcionários poderiam ter sido expostos a violações dos direitos humanos”.

Pelo acordo, a subsidiária brasileira da Volkswagen se comprometeu a pagar R$ 9 milhões aos Fundos Federal e Estadual de Defesa e Reparação de Direitos Difusos (FDD) e doar R$ 16,8 milhões à Associação dos Trabalhadores da Volkswagen – Associação Henrich Plagge.

A maior parte dessa verba será destinada a ex-trabalhadores da Volkswagen do Brasil — ou seus sucessores legais — que manifestaram terem sofrido violações de direitos humanos durante a ditadura.

Outros R$ 10,5 milhões serão doados para projetos de promoção da memória e da verdade em relação às violações de direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar.

A Unifesp, Universidade Federal de São Paulo receberá R$ 4,5 milhões — mais da metade, R$ 2,5 milhões, será destinada ao Centro de Antropologia e Arqueologia Forense (CAAF) para apoiar a identificação das vítimas que estão enterradas em valas comuns.

Os R$ 2 milhões restantes serão direcionados ao desenvolvimento de novas pesquisas para apurar a cumplicidade de empresas em violações de direitos humanos durante o governo militar.

LEIA MAIS

→ Acordo na Volkswagen tem itens específicos nas diferentes fábricas

→ Na Volkswagen, quem não aderir ao PDV terá 5 anos de estabilidade

O Memorial da Luta pela Justiça, iniciativa da OAB, Ordem dos Advogados do Brasil, e do Centro de Preservação da Memória Política (NPMP), receberá os R$ 6 milhões. A verba, diz a VW, será aplicada na conclusão das obras de implantação do memorial e que ocupará a antiga sede da Auditoria Militar de São Paulo.

“Lamentamos as violações que ocorreram no passado. Estamos cientes de que é responsabilidade conjunta de todos os atores econômicos e da sociedade respeitar os direitos humanos e promover sua observância. Para a Volkswagen AG, é importante lidar com responsabilidade com esse capítulo negativo da história do Brasil e promover a transparência”, declarou Hiltrud Werner, membro do Conselho de Administração da Volkswagen AG por Integridade e Assuntos Jurídicos.

 


Foto: Divulgação

 

Compartilhar
Publicado por
Redação AutoIndústria

Notícias recentes

Volvo garante cinco estrelas no primeiro Truck Safe do Euro NCAP

Novo protocolo de testes de segurança da organização passa por avaliações dos estágios de um…

% dias atrás

Dulcinéia Brant é a nova VP de compras da Stellantis na região

Ela substitui Juliano Almeida, que terá nova posição global na empresa

% dias atrás

Automec 2025 terá 700 expositores de outros países

É um número 20% superior ao da edição de 2023, também realizada no São Paulo…

% dias atrás

Stellantis apresenta a STLA Frame para veículos grandes

Plataforma a bateria da fabricante promete autonomia de até 1.100 km

% dias atrás

Com fraco desempenho de elétricos, mercado europeu cresce 0,7% em 2024

Ford vai demitir 4 mil trabalhadores na região até 2027

% dias atrás

Mercedes-Benz negocia 480 ônibus para BH

Transporte de passageiros

% dias atrás