A Anfavea refez as estimativas de fechamento do setor automotivo em 2020 com números de quedas menos críticos daqueles referenciados no início do primeiro semestre, logo após o período mais agudo da crise provocada pela pandemia.
Agora, em vez de um mercado 39% menor em relação ao ano passado, com 75 mil unidades, a associação passa a trabalhar com queda de 21%, para 97 mil caminhões e ônibus licenciados. Do volume projetado, 83,5 mil unidades se referem as estimativas para veículos de carga, um declínio de 18%, e 13,5 mil para chassis, uma retração de 36%.
A Anfavea pondera, no entanto, riscos e oportunidades no último trimestre que deverão influenciar de maneira decisiva no resultado do setor automotivo. O quadro positivo reúne, por exemplo, crescimento da poupança, a manutenção da redução do IOF nos financiamentos e juros baixos. Mas o outro lado lista a fragilidade do mercado de trabalho, instabilidade política, aumento da carga tributária e redução do auxílio emergencial.
“A nova estimativa nos serve como uma referência, alinhada com o que enxerga a maior parte das associadas”, observou Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea, durante apresentação mensal do desempenho do setor, na quarta-feira, 7. “A projeção é um pouco melhor, mas também é preciso cautela porque pode ser pior. Não dá para desconsiderar desligamentos no setor e custos de produção muito acima do que imaginávamos, como o preço do aço e dos componentes importados devido a alta do dólar.”
Na produção, a nova perspectiva da associação é de 95 mil pesados contra 82 mil unidades estimadas em julho, o que representaria uma queda de 42%. Se realizado o que agora espera, o ritmo das fábricas será 33% menor em relação ao volume de 2019, período em que foi produzido 141 mil caminhões e ônibus.
“O desempenho até aqui indica que a produção de pesados chegou aos volumes mais próximos à nova demanda do mercado. Há desafios ainda em relação ao fluxo de componentes, como também ambiente de trabalho sob os efeitos da pandemia, em que é preciso manter o distanciamento, reduzindo a velocidade das linhas”, resumiu Marco Saltini, vice-presidente da Anfavea. “Para o momento, a nova projeção se mostra adequada.”
Para as exportações, a mais recente revisão da Anfavea colocou os embarques de pesados em baixa de 33%, com 14 mil caminhões e ônibus negociados para fora do País, ante as remessas de 21 mil unidades registradas em 2019. Na estimativa anterior, de julho, o recuo então previsto era de 43%, com 12 mil unidades embarcadas.
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