Estimativa é da Abraciclo, que projeta também recuo de 16% nos licenciamentos
Demorou, mas nesta quarta-feira, 14, a Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, finalmente revisou suas projeções para o setor em 2020. Após sete meses de pandemia e de estimar, em janeiro, crescimento da ordem de até 6% na produção e vendas internas, a entidade agora índices duas vezes e meia maiores, mas de queda.
Os novos cálculos para o ano indicam a fabricação de 937 mil motos, 15,4% a menos do que em 2019, quando mais de 1,1 milhão de unidades deixaram as linhas de montagem.Os licenciamentos deverão ficar em 905 mil, exatos 16% a menos do que as 1,07 milhão de unidades emplacadas no ano passado. Inicialmente, a Abraciclo projetava produção de 1,17 milhão e vendas internas de 1,14 milhão de unidades
A projeção para as exportações, quase sempre marginais diante da produção e do mercado interno, foi mantida pelo fabricantes, que esperam embarcar 28 mil motos em 2020, 27,5% a menos do que em 2019 e somente 3% do total produzido.
O setor, de qualquer forma, terá recuo muito menor do que os previstos para automóveis e veículos pesados, ainda que tenha tido linhas paralisadas e vendas interrompidas por períodos semelhantes aos dos outros dois segmentos. Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, entende que diversos fatores favorecem a menor queda do mercado de motos. Dois deles: segurança sanitária e fonte de renda.
“Hoje a motocicleta é indicada para evitar a aglomeração natural no transporte público. Também passou a ser um instrumento de trabalho e fonte de renda para as pessoas que ingressaram nos serviços de entrega”, argumenta o dirigente.
Em setembro, foi registrado o melhor resultado mensal de 2020 no que diz respeito à produção. Saíram das linhas de montagem do Polo Industrial de Manaus, AM, 105 mil motos — a melhor marca era de 102,9 mil, registrada em março —, crescimento de 6,8% sobre agosto e de 13,1% ante o mesmo mês de 2019. Nos primeiros nove meses do ano a produção acumulada foi de 693,5 mil unidades, queda de 17,1%.
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“Desde a retomada gradual das atividades, as fábricas registram curva ascendente. Este quadro se confirmou em setembro”, entatiza Fermanian.
Pelo Renavam, Registro Nacional de Veículos Automotores, foram emplacadas em setembro 99,6 mil motocicletas, avanço de 13,6% sobre o mesmo mês do ano passado. A média diária 4.743 unidades superou em 8,7% a de agosto. De janeiro a setembro, os licenciamentos somaram 630,8 mil, retração de 20,8% na comparação anual.
Foto: Divulgação
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