O primeiro resultado de 2020 do Programa de Avaliação de Veículos Novos para a América Latina e o Caribe, Latin NCAP, sob o novo protocolo de avaliação não foi nada positivo para o Kia Picanto. O modelo coreano que já não é vendido no Brasil desde o ano passado e que na configuração avaliada nunca foi ofertado aqui, não obteve qualquer estrela.
O Picanto avaliado dispunha de airbag apenas para o motorista como equipamento padrão, o modelo teve 0% de proteção para adultos, 29% para crianças, 51% para pedestres e 7% em assistência à segurança. “Nem o Sistema Antibloqueio de Freios (ABS) nem o Controle Eletrônico de Estabilidade (ESC) são padrão”, destacada comunicado da entidade.
Os airbags laterais para a cabeça não estão disponíveis nem como equipamento opcional. “O possível equipamento de airbag frontal duplo não melhoraria a classificação do modelo, já que a proteção do ocupante adulto continuará a pontuar abaixo da porcentagem mínima para atingir até mesmo uma estrela”, pondera a entidade.
“É decepcionante que um fabricante global de veículos como a Kia ofereça o Picanto com seis airbags, proteção para pedestres e ESC padrão por € 8,7 mil nos mercados europeus, sendo que na América Latina o veículo proporciona níveis tão baixos de segurança, e nem sequer a segurança do veículo comercializada na Europa é oferecida como opcional”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral do Latin NCAP.
O modelo foi avaliado quanto ao impacto frontal, impacto lateral, chicote cervical e proteção para pedestres. No impacto frontal, o tórax do motorista e do passageiro obteve um resultado de proteção ruim. No impacto lateral, o tórax apresentou proteção insuficiente.
O teste de chicote cervical também mostrou proteção deficiente, mostram os números. O impacto lateral de poste não foi executado porque o veículo não tem proteção lateral padrão para a cabeça.
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O Picanto não está em conformidade com os Regulamentos da ONU sobre Proteção de Pedestres, segundo o Latin NCAP, que não recomenda a compra de veículos sem ESC, airbags laterais de corpo e cabeça e carros com notas zero e uma estrela.
“É inaceitável que o mesmo fabricante tenha esse padrão duplo. Para que isso deixe de acontecer, é necessário que os governos promovam as informações independentes e transparentes do Latin NCAP ao consumidor e, assim, melhorem os níveis de segurança dos veículos da região”, completa Ricardo Morales, presidente do Conselho de Administração da entidade.
Fotos: Divulgação
