Faltando ainda dois meses para o encerramento do ano já é possível assegurar que o mercado interno de máquinas agrícolas e rodoviárias será o único do setor automotivo a se “salvar” em 2020. Na pior das hipóteses, fechará estável diante de 2019.
Mas é bem mais provável que o segmento fechará mesmo no azul, ainda que com ligeiro crescimento. De qualquer forma, uma vitória e tanto em período de pandemia e desarranjo econômico.
Passados os dez primeiros meses, as vendas acumuladas chegaram a 37,8 mil unidades, 1,6% a mais do que em igual período do ano passado. Os fabricantes colocaram no campo e canteiros de obras no mês passado 4,5 mil unidades, 5% a menos do que em setembro, mas 7,2% a mais do que no mesmo mês de 2019.
Em outubro, a Anfavea reviu sua projeção para 45,9 mil unidades negociadas em 2020, crescimento de 2,9%. Assim, o desempenho inferior com relação a setembro, assegura agora a entidade, não indica reversão do crescimento registrado nos últimos meses. Deve-se, sim, à sazonalidade do segmento.
Historicamente, as vendas de colheitadeiras ganham maior destaque no último trimestre devido a proximidade da preparação para o início da colheita da safra do ano seguinte. Segundo a Anfavea, só o agronegócio é responsável por até 25% das vendas de máquinas no Brasil.
A exemplo do mercado interno, também a produção do segmento tem tido desempenho melhor — ou menos pior — a o de automóveis, caminhões e ônibus, mesmo com as exportações recuando 31,1% no ano, para somente 7,2 mil máquinas.
Em outubro foram fabricadas 4,9 mil unidades, segundo melhor resultado mensal de 2020, atrás somente das 5,1 mil máquinas registradas em julho, e 9% a mais do que em setembro.
Em dez meses, saíram das linhas de montagem 38 mil unidades, 18% a menos do que no mesmo período do ano passado. Como a Anfavea projeta recuo da produção anual de apenas 4% sobre as 53,1 mil máquinas de 2019, o ritmo das linhas deve ser acelerado no bimestre final.
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Foto: Divulgação
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