Além das limitações para preservar a segurança sanitária, a indústria busca ajustes no ritmo em momento no qual também convive com falta de insumos e aumento nos custos
No mês passado, a indústria de caminhões produziu 10,9 mil unidades, uma alta 15,6% superior em relação a setembro, quando as fábricas montaram 9,4 mil unidades. O volume produzido chegou perto do patamar anotado em outubro de 2019, de 11,2 mil unidades, resultando em pequena queda de 3,4%.
A trajetória de recuperação a cada mês, no entanto, ainda se encontra distante da realidade do ano passado. Enquanto nos dez primeiros meses do 2019, a indústria já contabilizava 98,7 mil caminhões produzidos, no exercício deste ano a produção chegou ao décimo mês somando perto de 69 mil unidades, em queda de 30,1%.
“É pior o acumulado de janeiro a outubro desde 2017”, destacou o vice-presidente da Anfavea, Gustavo Bonini, durante apresentação do desempenho do setor automotivo na sexta-feira, 6. “O resultado carrega o impacto da suspensão temporária da produção nas fábricas em virtude da pandemia.”
De acordo com o representante da associação dos fabricantes, embora a indústria de caminhões tenha encontrado certo equilíbrio para atender à demanda do mercado, o parque fabril ainda persegue ajustes. “A produção vem apresentando estabilidade, mas há muito desafios a serem superados. A cadeia é muito longa e leva tempo para entender o nível de flexibilidade das montadoras e dos fornecedores, apesar do monitoramento contínuo.”
Bonini aponta que além das medidas de segurança sanitárias para o trabalhador no chão de fábrica, o que reduz naturalmente o ritmo de produção, entrou em cena novos elementos complicadores, como a falta de insumos e o aumento de custos originado do preço de matérias-primas, especialmente o aço, e itens importados.
“No caso de caminhões há ainda uma complexidade adicional. Por atenderem demandas específicas, de acordo com a operação do transporte, as especificações técnicas dos veículos na linha variam.”
Ônibus – A produção do segmento do setor automotivo mais afetado de maneira negativa pela pandemia registrou queda de 7,8% em outubro em relação a setembro, de 1,9 mil para 1,8 mil chassi. No confronto com o mesmo mês de 2019, quando o volume chegou a 2,5 mil unidades, a retração foi de 31,8%.
No acumulado do ano, os 15,6 mil chassis produzidos representaram uma baixa de 35,8% em relação ao volume registrado um ano atrás, de 24,4 mil unidades. Segundo a Anfavea, o pior desempenho de janeiro a outubro desde 1999.
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