É natural, ninguém pode acertar sempre! Mesmo empresas que têm em mãos as mais eficientes ferramentas e estudos para antever qual caminho, e em que momento, terá de percorrer. Assim, produtos estão fadados ao sucesso e outros, meramente a cumprir papel secundário, quando não, curtíssimo.
As montadoras acumulam diversos exemplos dos dois lados, com carros que saíram de produção apenas dois ou três anos depois de chegarem às ruas e outros que podem ser definidos como “tiro na mosca”. A Fiat Toro, com certeza, deve ser relacionada no segundo grupo, após quatro anos de seu lançamento.
A picape já pode ser identificada como um dos grandes acertos da marca em quase cinco décadas no Brasil. De porte médio, roubou mercado tanto das picapes grandes quanto das compactas e desde seu primeiro ano é segundo comercial leve mais vendido no País, atrás somente de outra picape Fiat, a Strada, bem mais barata.
A Fenabrave registra que já em 2016, primeiro ano incompleto nas revendas, a Toro fechou na liderança do segmento de picapes grandes com 41,3 mil licenciamentos, 26,5%. Desde então, a participação ficou acima dos 29% em 2017 e 2019, bateu em 30,7% no ano passado e chegou a 31% no acumulado dos dez primeiros meses de 2020, com 40,4 mil unidades.
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Essa rápida aceitação forçou um ritmo de produção poucas vezes registrado para um comercial leve de pmaior porte no Brasil. A fábrica de Goiana, PE, acaba de comemorar 300 mil unidades produzidas da Toro, definida pela Fiat como um SUP, sigla para Sport Utility Pick-Up.
A maioria, 265 mil, cerca de 85%, permaneceu no mercado interno — até para dar conta da grande demanda. Os outros 15% seguiram para diversos países da América Latina. Em vários, com a marca RAM. Só mesmo na Argentina, Paraguai e Uruguai ostenta o logotipo Fiat.
A Toro, definitivamente, mudou a história da Fiat. É um sucesso estrondoso de vendas desde o início. Une o que picapes e SUVs têm de melhor e que, sem dúvida nenhuma, tem no design um grande ponto forte”, entende Herlander Zola, diretor do Brand Fiat e Operações Comerciais Brasil.
A folgada liderança da Toro no segmento de picapes grandes, que reúne outros 11 modelos e acumula mais de 130 mil unidades vendidas em 2020, dificilmente estará em risco ainda em 2021.
A segunda colocada, Toyota Hilux, tem fatia de 20% e faixas de preços bem acima, e a Renault Oroch, concorrente mais direta por preço ou porte, nunca representou, de fato, uma ameaça. É apenas a oitava picape mais vendida, com 3,3% do segmento. Ao contrário, não será surpresa alguma se a Toro consquistar ainda mais consumidores e abocanhar fatia mais larga no ano que vem.
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A Fiat prepara um pacote de alterações da picape que deve chamar ainda mais a atenção para os showrooms de suas concessionárias e que envolverá atualização estética e motor 1.3 turbo em substituição ao atual 1.8 — a montadora também oferece opção a diesel e tração 4×4, outro grande apelo do modelo.
Em outubro, foram licenciadas 5,9 mil unidades da Toro. A picape foi o terceiro modelo Fiat mais vendido, atrás somente da Strada (10 mil) e do hatch Argo (7,6 mil), ordem replicada ao longo dos dez primeiros meses de 2020 e também em 2019.
Marca líder no mês — Com as picapes, mais os furgões Fiorino, Ducato e Uno, a montadora é a líder disparada em comerciais leves, com 45% de participação, contra 13% da segunda colocada Volkswagen. Em outubro, o segmento representou exatamente a metade das vendas da marca, que deteve 18,7% e a liderança do mercado.
No ano, a Fiat foi a fabricante que mais cresceu em participação. Ganhou 2,4 pontos porcentuais: passou de 13,8% no acumulado dos dez primeiros meses de 2019 para 16,1%. Os 242,6 mil automóveis e comerciais leves vendidos até outubro, recolocaram a empresa na briga pelaos dois primeiros lugares no ranking do mercado interno no ano.
A diferença para a líder GM (17,1 %) é de 1 ponto porcentual, ou menos de 14,5 mil unidades. Para a segunda colocada VW (17%), 0,9 ponto, 13 mil veículos. No encerramento do ano passado, essas relações eram, respectivamente, de 4,1 e 1,8 pontos. “É um resultado que expressa o portfólio atraente de produtos e o reposicionamento da marca”, acredita Zola.
Foto: Divulgação
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