Os concessionários Citroën contam os dias, ou até horas, para a chegada de 2021. Mais do que a esperança de um mercado bem menos ocntubardo do que o de 2020, esperam ansiosamente pela chegada de ao menos um novo veículo que, junto com o C4 Cactus, possa trazer de volta maior fluxo de clientes para as revendas.
Segundo a Fenabrave, a Citroën hoje é apenas a 13ª marca mais negociada no Brasil. Caiu duas posições com relação a 2019, com 11,4 mil automóveis e comerciais leves vendidos de janeiro a outubro, e participação residual de 0,76%, atrás inclusive da novata Caoa Chery.
O portfólio da marca conta com quatro automóveis e dois utilitários. Porém, somente o C4 Cactus, SUV lançado há dois anos, acumulou 8,1 mil licenciamentos, mais de 70% das vendas. O segundo Citroën mais vendido aqui é o utilitário Jumpy, com 1.254 unidades emplacadas. O outro comercial, Jumper, somou 258 licenciamentos, o sedã C4 Lounge, 317, e o Aircross, quase 600 unidades.
O modelo com maior potencial de vendas, sobretudo pelo segmento e faixa de preços, não tem desempenho muito diferente: o C3 teve 884 emplacamentos, um terço do que alcançou em igual período do ano passado.
É, portanto, exatamente sobre a renovação do hatch, primeiro carro nacional da marca, lançado em 2003, que montadora e revendores depositam suas esperanças de retomarem momentos mais felizes no mercado brasileiro.
O sucessor do C3 chegará às revendas no transcorrer do ano que vem. Desde junho, a PSA já produz a plataforma CMP (Common Modular Platform), sobre a qual ele será montado em Porto Real, RJ, após investimentos de R$ 220 milhões nos último dois anos, recursos destinados também à introdução de novos processos na linha de montagem.
Mas a recente trajetória de vendas do C3 e da própria Citroën indica que um novo modelo já deveria estar no mercado bem antes e que a segunda geração, apresentada em 2012 e que não alterou profundamente o hatch, não foi suficiente para reverter a decadência de mercado iniciada no ano anterior.
O melhor resultado em vendas absolutas do C3 no Brasil foi registrado exatamente há uma década. Em 2010, foram negociadas 39,9 mil unidades, número que garantiu a 5ª coloçação entre os hatches pequenos. Desde então, independente do comportamento do mercado, os emplacamentos só declinaram, e de forma ininterrupta.
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Passaram para 35 mil em 2012, 33,6 mil em 2013, 28,7 mil (2014) e, e já com a crise econômica instaurada, para 17,1 mil (2015), 11,8 mil (2016) e 8,2 mil (2017). Apesar da retomada do crescimento do mercado a partir de 2018, o Citroën não reagiu e atingiu somente 6,4 mil unidades naquele ano para encerrar 2019 com 6,4 mil emplacamentos.
No mês passado, foram negociadas apenas 75 unidades e o melhor desempenho mensal de 2020 foi em fevereiro, quando 166 veículos chegaram às ruas. Após os dez primeiros meses do ano, o hatch não aparece nem mesmo no ranking ds 50 automóveis mais vendidos, a exemplo do que já ocorrera em 2019. O fim do atual C3 é questão de poucos meses, semanas, dias…
Foto: Divulgação
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