Consumidores atrasaram prestações no auge da pandemia mas não deixaram ultrapassar os 90 dias
Contrariando as expectativas de executivos da indústria e das redes de distribuição de veículos logo no início da crise gerada pela pandemia da Covid-19, não houve alta da inadimplência no setor automotivo este ano.
O índice de inadimplência na carteira das pessoas físicas ficou em 4,6% no final do terceiro trimestre, 0,4 ponto porcento abaixo do verificado em setembro de 2019 e menor do que os registrados no mesmo período em 2017 e 2018, que foram de, respectivamente, 4,8% e 4,6%.
A queda é ainda mais expressiva no caso das pessoas jurídicas, de 1 ponto porcentual. Baixou de 2,5% para 1,5% no comparativo interanual. Os dados foram divulgados esta semana pela Anef, Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, em seu boletim trimestral sobre o compartamento do crédito no setor automotivo brasileiro.
A entidade também revela os atrasos entre 15 e 90 dias, esses sim afetados pela pandemia. Em março, esse índice chegou a 7,7% entre as pessoas físicas e foi sendo reduzido gradativamente mês a mês, ficando em 4,7% em setembro. Entre as pessoas jurídicas o maior índice de atraso até 90 dias, de 6,6%, foi registrado em abril, também com desaceleração posterior. Fechou setembro em 2%.
O comparativo entre o índice de atraso de 15 a 90 dias com o que é considerado o índice de inadimplência (falta de pagamento há mais de três meses), mostra que o consumidor enfrentou problemas para manter suas contas em dia no auge da pandêmia, mas recuperou-se na sequência e, pelo menos no caso do automóvel, priorizou a posse do bem.
Foto: Pixabay
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