Presidente da empresa diz que problemas no fornecimento de matéria-prima criaram alguns "soluços"
Apandemia levou a Iochpe-Maxion, multinacional brasileira com 32 fábricas em 14 países, a realizar uma série de ajustes tanto em operações como em investimentos e mão de obra ao longo de 2020. Houve um corte de 8% de pessoal globalmente, mas o Brasil foi pouco afetado por causa do uso das medidas de flexibilização trabalhista aprovadas localmente.
Marcos de Oliveira, presidente da empresa, diz que as fábricas brasileiras praticamente mantiveram o efetivo em cerca de 7 mil funcionários e que o uso da capacidade produtiva vem crescendo rapidamente nas operações locais, já estando próximo de 75% a 80%.
“A recuperação foi mais rápida do que prevíamos e alguns fornecedores, principalmente os de matéria-prima e, em especial, os de aço, tiveram dificuldades em acompanhar a retomada. Por isso teve alguns soluços na produção nos últimos meses que agora estamos recuperando com horas extras para atender nossos clientes adequadamente”.
O esquema de horas extras no Brasil varia de fábrica para fábrica, sendo tanto nos dias úteis como em fins de semana. A Iochpe-Maxion, que opera com duas divisões – a Maxion Weels e a Maxion Strauctural Components – e é a maior produtora mundial de rodas, faturou R$ 10 bilhões no ano passado e hoje emprega mundialmente perto de 15 mil empregados.
No acumulado dos primeiros nove meses do ano, a empresa obteve receita de R$ 5,9 bilhões, o que representou queda de 23% sobre os R$ 7,5 bilhões do mesmo período do ano passado. Oliveira não faz projeções para o ano, mas lembra que no terceiro trimeste a empresa faturou R$ 2,5 bilhões, praticamente empatando com idêntico período de 2019 (queda de apenas 1,1%).
Globalmente, segundo Oliveira, as operações mais afetadas com corte de pessoal foram as da Ásia, América do Norte e algumas da europa. Ele admite que houve um corte de 64% nos investimentos do terceiro trimestre, mas explica que foram mantidos aportes em segurança e saúde dos funcionários, assim como em maquinário e adequações produtivas.
“O que postergamos foram investimentos para aumento de capacidade na Ásia, região que representa apenas 10% da nossa receita e que tem espaço para novos negócios. Também tínhamos planos de expansão na India, que agora receberá aportes modulares”.
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Também foi anunciado o fechamento de uma fábrica nos Estados Unidos, a de Akron, em Ohio, que deixa de operar a partir do primeiro semestre do ano que vem. Em contrapartida, a empresa fechou negócio de exportação com uma fabricante estadunidense que receberá componentes do México, India e, principalmente, Brasil.
Oliveira destca que, apesar da pandemia, a empresa investiu R$ 264 milhões de janeiro a setembro deste ano. As operações brasileiras, que já representaram 40% da receita da Iochpe-Maxion, têm hoje participação de 27%, índice que futuramente deve se estabilizar na faixa de 30%.
Foto: Divulgação/Iochpe-Maxion
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