É o que admite a Anfavea, ao informar que produção cresceu mas continua aquém da demanda. E o setor segue demitindo.
Com alta na produção em novembro, mas em ritmo aquém do aquecimento da demanda interna, as montadoras tiveram agravados os problemas com falta de matéria-prima e autopeças nas últimas semanas. O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, disse que já tem havido micro paradas e o risco de paralisações mais genéricas aumentou agora em dezembro.
“As montadoras estão fazendo o que é possível e impossível em termos de logística tentando mitigar o risco, mas não tem como fazer milagre. Tem empresa comprando aço, resinas e outros materiais para abastecer os fornecedores de todos os níveis da cadeia”, comenta Moraes.
Segundo Moraes, o problema atinge tanto os fabricantes de automóveis e caminhões, como também os de máquinas agrícolas. Além da escassez de aço e outros insumos, também há falta de componentes importados, que hoje estão sendo trazidos de fora por avião, o que encarece ainda mais o produto final.
Diante das dificuldades do momento, o setor segue reduzindo quadro de funcionários, com dispensas via PDV, Programa de Demissão Voluntária, que contrastam com admissões via contratos temporários. De outubro para novembro, houve redução de 640 postos de trabalho, número que chega a 5,6 mil em um ano e 5,2 mil de fevereiro para cá.
Em novembro, houve 179 contratações na índustria de máquinas, enquanto as fabricantes de veículos reduziram o quadro em 819 posições, com total de 1.284 demissões e 465 admissões tenporárias.
O setor produziu 238,2 mil veículos em novembro, crescimento de apenas 0,7% sobre outubro (236,5 mil unidades) e volume insuficiente para acompanhar a maior procura nas concessionárias. Sobre novembro de 2019 é de 4,7%, mas hoje os estoques são bem mais baixos.
No acumulado do ano, a produção atingiu 1.804.759 unidades, um recuo de 35% no comparativo com os primeiros 11 meses do ano passado, quando foram fabricados 2,77 milhões de veículos. A queda reflete as paralisações verificadas entre março e maio por causa das medidas de isolamento social impostas pela Covid-19.
Dentre os desafios imediatos do setor, o presidente da Anfavea destaca, além do risco de paralisação por fata de peças, o aumento dos casos de Cvid-19 no País e a pressão de custos ligados ao câmbio e insumos. “Tudo isso vem prejudicando uma retomada mais rápida da indústria”, ressaltou o executivo.
Assim como a produção, também as exportações registraram crescimento, de 36,8%, sobre novembro de 2019, totalizando 44 mil unidades no mês passado. O mercado interno, no entanto, teve recuo de 7,1% no comparativo interanual, o que se justifica pela falta de alguns produtos para pronta entrega nas redes de distribuição. Foram emplacadas 225 mil unidades no mês passado.
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Na avaliação do presidente da Anfavea, os bons números de novembro dão alguma esperança para um 2021 melhor. Isso dependerá, no entanto, do controle da pandemia por meio de vacinas, assim como de um estímulo via medidas de controle da dívida pública e reformas estruturantes do ambiente de negócios no País.
Foto: Divulgação/Anfavea
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