Montadora encerra 2020 com 1% do mercado interno e perto de 20 mil unidades negociadas.
Mesmo faltando ainda três semanas para o término de dezembro, o Grupo Caoa já comemora o resultado das operações industriais de Anápolis, GO, e Jacareí, SP, e, especialmente, do desempenho de mercado da marca Caoa Chery, que concentra hoje a maior parte dos esforços do conglomerado brasileiro que produz ainda modelos Hyundai e reúne serviços financeiros, locação de veículos e mais 229 concessionárias.
Não à toa a Caoa Chery é, digamos, a bola da vez no grupo criado e comandado pelo empresário Carlos Alberto de Oliveira Andrade. Surgida em 2017, com a compra de metade dos ativos da montadora chinesa no País pela Caoa, a marca encerrará seu quarto ano de vida com mais de 1% de participação do mercado interno de automóveis.
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O CEO Márcio Alfonso projeta 20,2 mil veículos licenciados em 2020, o mesmo número registrado nem 2019. Não deixa de ser resultado positivo, muito acima das melhores expectativas para ano de retrações de dois dígitos de quase a totalidade das motnadoras e do mercado total.
“Nos últimos três meses, estamos no ritmo que prevíamos no começo do ano, antes da pandemia”, afirma o executivo, que não esconde o objetivo de colocar a Caoa Chery entre as dez marcas de automóveis mais vendidas no Brasil até 2023.
Não é pouca coisa. Bem o contrário, a se considerar os números da Nissan, atual décima colocada. Se de janeiro a novembro a Caoa Chery acumulou 16,9 mil licenciamentos, foram 47,7 mil da concorrente, três vezes mais e equivalentes a 3,4% de participação.
Mas para quem passou de fatia de meros 0,17% em 2017 para 1% três anos depois o objetivo pode ser bastante palpável.
Ainda mais porque a montadora tem programados, já para 2021, cinco lançamentos —muito importantes, na definição de Alfonso —, além de atualizações dos modelos conhecidos e incorporação de tecnologias que devem estar consolidadas mesmo no ano seguinte, como versões híbridas e flex.
Será um cardápio de novidades até superior ao de 2020, quando chegaram às revendas, por exemplo, o sedã Arrizo 6, em junho, e o Tiggo 8, em agosto. O topo de linha e quarto SUV da marca tem demanda muito maior do que o imaginado quando de seu lançamento, assegura Alfonso.”Pensávamos em 300 unidades mensais e temos trabalhado com 800 unidades. Já entregamos o veículo número 1 mil.”
Com os produtos previstos para os próximos meses, a consolidação da oferta dos veículos recém-apresentados e a ampliação da rede de revendas dos atuais 115 para 150 pontos em um ano, a Caoa Chery projeta um salto de vendas da ordem de 70% (!!) em 2021.
Chegaria, assim, a pelo menos 34 mil unidades, perto de 1,5% de participação, e pavimentaria o caminho para ingressar no ranking das 10 marcas mais vendidas talvez até já em 2022, como deixou escapar Mauro Correa, CEO do grupo durante entrevista coletiva online nesta terça-feira, 8.
Os recursos para os movimentos que devem, em parte, sustentar esse ambicionado avanço foram anunciados há apenas três semanas. A fábrica de Anápolis, base produtiva dos Tiggo 5, 7 e do recém-lançado 8, receberá R$ 1,5 bilhão nos próximos cinco anos para, dentre outras melhorias, aumento de capacidade de 86 mil para 100 mil veículos anuais.
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A Caoa Chery também pretende assegurar maior competitividade de seus veículos aumentando o índice de nacionalização de componentes e, assim, reduzir a grande exposição que tem às variações do dólar. Sem explicitar qual o nível de conteúdo local em cada um dos veículos, a empresa admite apenas que trabalhará para atingir média de 40% “nos próximos anos”.
Márcio Alfonso revelou que o programa de nacionalização terá um capítulo importante em janeiro. A empresa já tem organizado workshop com fornecedores de vários portes para avaliação de componentes que pretende ver produzidos aqui.
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