Falta de peças e insumos pode afetar meta de o mercado brasileiro chegar a 2,4 milhões de veículos em 2021
Ao fazer um balanço positivo da marca ao longo deste desafiador ano de 2020, o CEO da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, admitiu nesta quarta-feira, 9, que os esperados gargalos na produção previstos para junho e julho só estão ocorrendo agora e devem perdurar até o próximo mês.
“Até a cadeia, que é longa, conseguir se estabilizar, teremos problemas pontuais, paradas de algumas linhas e dificuldades na produção de alguns modelos agora em dezembro e também em janeiro. Vamos conviver com isso nos próximos 30 a 40 dias”, previu o executivo, ao comentar informação divulgada na véspera pela Anfavea sobre risco de paralisações no setor automotivo por falta de peças e matérias-prima.
Di Si lembrou que o setor automotivo reagiu mais rápido do que o esperado mundialmente. Citou especificamente o mercado brasileiro e o argentino, além da China. “Isso acabou gerando um problema global de abastecimento. Não é só aqui que estamos com dificuldades de suprimento”.
Diante desse quadro, o CEO da Volkswagen não vê possibilidade de crescimento expressivo no próximo ano. “A Anfavea acredita em um mercado de 2,4 milhões de veículos em 2021. Acho uma visão super otimista. A pressão dos custos é muito grande e isso interfere nos preços. Nosso planejamento é em cima da previsão da Anfavea, de uma venda total de 2,4 milhões de unidades, mas há limitações que podem impedir a conquista dessa meta”.
Ele também falou da desvalorização do real, fator decisivo na pressão dos custos, informando que a Volkwagen pretende acelerar projetos de nacionalização de peças aqui e na Argentina. “É um projeto para 5 anos ou mais, mas em 2 a 3 anos já devemos ter resultados positivos nesse processo”.
Di Si prometeu para 2021 a divulgação de um novo ciclo de investimentos para o Brasil, mas não adiantou detalhes sobre o que virá pela frente, tanto em modelos nacionais como no segmento de elétricos e híbridos. Só falou do SUV Taos que está sendo produzido na Argentina e chega no mercado brasileiro no segundo trimestre do ano que vem.
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“Realizamos a maior ofensiva de SUVs da Volkswagen do Brasil, trazendo modelos inovadores, seguros, versáteis, confortáveis e com elevado nível de tecnologia e conectividade para atender os mais diferentes perfis de consumidores”, comentou o executivo, lembrando que o Taos chega para completar a linha de produtos do segmento que mais crece no País e no mundo.
Na sua avaliação, a participação dos SUVs no mercado brasileiro, hoje em 22%, deve chegar a uma faixa de 30% a 35% já nos próximo anos, com chance de chegar a 40% futuramente. “Juntos, Nivus, T-Cross, Tiguan e Taos formam um time de SUVs único no País e estamos muito confiantes no sucesso desse quarteto”, destacou Di Si.
Dentre as conquistas de 2020, ele fez questão de citar o lançamento 100% digital do Nivus no primeiro semestre, o sucesso do T-Cross, que no acumulado do ano é líder no segmento de SUVs, e ganhos de participação da marca Volkswagen no mercado brasileiro. Com relação ao Nivus, lembrou que ele já é exportado para a Argentina, Uruguai e Paraguai, com planos de seguir em breve para outros mercado latino-americanos.
Foto: Divulgação/VW
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