Empresa diz que ainda estuda destino para seus 370 funcionários
A Mercedes-Benz decidiu encerrar a produção de automóveis premium na fábrica de Iracemápolis, no interior de São Paulo. “A decisão está sendo tomada com base em vários fatores, incluindo a atual situação do mercado brasileiro”, afirmou a empresa por meio de nota nesta quinta-feira, 17.
A montadora diz que procura ainda uma solução para a planta e seus 370 trabalhadores, “incluindo a possibilidade de programa de demissão voluntária”. Os automóveis que eram produzidos na unidade, os modelos GLA e Classe C, serão transferidos para outras fábrica montadora e, assegura a empresa, seguirão oferecidos aos consumidores brasileiros por meio da rede de 50 concessionárias.
De janeiro a novembro, a marca alemã vendeu 6,1 mil automóveis de passeio no mercado brasileiro, sendo perto de 1,5 mil Classe C e 1,2 mil GLA. Ficou atrás da BMW, Audi e Volvo, suas principais concorrentes entre as marcas premium.
“A situação econômica no Brasil tem sido difícil por muitos anos e se agravou devido à pandemia da Covid-19, causando uma queda significativa nas vendas de automóveis premium. Por isso, decidimos encerrar a produção de automóveis premium no Brasil. Nosso primeiro objetivo agora é encontrar uma solução sustentável para os colaboradores dessa unidade”, declarou Jörg Burzer, membro do Board da Mercedes-Benz AG, Produção e Cadeia de Suprimentos.
Iracemápolis foi inaugurada em março de 2016, com a perspectiva de gerar 750 postos de trabalho ainda no primeiro ano. O investimento inicial declarado foi da ordem de R$ 600 milhões para a produção do utilitário esportivo GLA.
A curtíssima trajetória da planta replica o fracasso da unidade de Juiz de Fora, MG, onde, durante os anos 90, foi fabricado o compacto Classe A, primeiro automóvel nacional da marca e que, com vendas restritas, deu lugar à produção de caminhões na unidade.
A unidade atendia as exigências do programa Inovar-Auto para empresas de baixo volume, com capacidade produtiva anual até 35 mil unidades por ano e índices de nacionalização menores do que os previstos para montadoras de grandes volumes.
Em meados deste ano, a imprensa alemã já afirmara que a Mercedes-Benz estudava vender ou fechar a fábrica paulista e encerrar a produção local de automóveis, o que acabou negado na época.
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Foto: Divulgação
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