Mercado

Fenabrave negocia revisão da alta do ICMS dos carros em São Paulo

"O governo não pode criar outra doença para quem já está combalido", diz o presidente da entidade

Após enfrentar sérias dificuldades em 2020 por causa da pandemia da Covid-19, o setor automotivo convive com novo problema neste início de ano em seu principal mercado, o paulista. A decisão do governo de São Paulo de aumentar o ICMS, Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, incidente sobre carros novos e usados representará alta nos preços dos carros, o que pode reverter o processo de retomada do setor.

“Estamos procurando dialogar com as autoridades monetárias do Estado para mostrar os inevitáveis reflexos negativos da medida no mercado e tentar encontrar caminhos alternativos que reverter a decisão de aumentar o ICMS dos veículos”, comenta o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior, informando ainda que a Anfavea e a Fenauto, entidade que representa os lojistas impendentes, também estão nessa luta.

A alíquota do ICMS dos veículos 0 km em São Paulo subirá de 12% para 13,3% no próximo dia 15 e saltará para 14,5% em primeiro de abril. Também no contexto do decreto 65.253/2020 (Lei nº 17.293/2020), que articula o Pacote de Ajuste Fiscal do Estado de São Paulo, a carga tributária do ICMS dos carros usados nas transações feitas por lojistas passará de 1,8% para 5,53% a partir de alterações feitas na base de cálculo. A medida vale a partir de 15 de janeiro.

“O governo não pode criar outra doença para quem já está combalido”, comenta o presidente da Fenabrave, adiantando que a meta de crescimento de 16% este ano será afetada caso o Estado de São Paulo mantenha a decisão de aumentar o ICMS dos automóveis.

LEIA MAIS

Fenabrave prevê alta de 16% nas vendas de veículos

Dezembro foi o melhor mês do ano em venda de veículos

A Fenabrave divulgou na terça-feira, 5, balanço que mostra recuo de 26,6% nas vendas de veículos em 2020, quando aproveitou para mostrar as projeções da entidade para 2021. A expectativa é de crescimento em todos os segmentos em função da boa oferta de crédito no mercado, inadimplência em níveis baixos e crescimento do PIB entre 3% e 3,5%.

Como comentou na ocasião Assumpção Júnior, o desempenho do ano passado poderia ter sido até melhor não fosse a falta de peças e matérias-primas que impediu um aumento da produção compatível com o crescimento da demanda. Também contribuiu para a oferta mais baixa as medidas de distanciamento social implementadas dentro das montadoras.

“2020 foi um ano bastante difícil, com margem baixa e volumes menores que os de 2019. Mas vínhamos numa recuperação desde meados do ano passado, com perspectivas mais positivas para este ano”, destaca o presidente da Fenabrave. “O aumento do ICMS em São Paulo só vai prejudicar essa retomada, sem gerar novos recursos para o Estado. O que estamos tentando mostrar é justamente isso. Se os preços sobem, a economia paralisa. Deixa da haver geração de novos negócios e a arrecadação cai”.


Foto: Divulgação/Fenabrave

Compartilhar
Publicado por
Alzira Rodrigues

Notícias recentes

Volvo garante cinco estrelas no primeiro Truck Safe do Euro NCAP

Novo protocolo de testes de segurança da organização passa por avaliações dos estágios de um…

% dias atrás

Dulcinéia Brant é a nova VP de compras da Stellantis na região

Ela substitui Juliano Almeida, que terá nova posição global na empresa

% dias atrás

Automec 2025 terá 700 expositores de outros países

É um número 20% superior ao da edição de 2023, também realizada no São Paulo…

% dias atrás

Stellantis apresenta a STLA Frame para veículos grandes

Plataforma a bateria da fabricante promete autonomia de até 1.100 km

% dias atrás

Com fraco desempenho de elétricos, mercado europeu cresce 0,7% em 2024

Ford vai demitir 4 mil trabalhadores na região até 2027

% dias atrás

Mercedes-Benz negocia 480 ônibus para BH

Transporte de passageiros

% dias atrás