Trabalhadores das fábricas de Camaçari, BA, e Taubate, SP, realizaram assembleias na manhã desta terça-feira, 12, para encaminhar ações no sentido de tentar reverter a decisão da Ford de encerrar a produção de veículos no Brasil.
No interior paulista os trabalhadores decidiram manter-se em vigília até que a empresa negocie sua decisão com os trabalhadores, uma vez que não houve qualquer contato prévio antes do anúncio feito pela montadora na segunda-feira, 11.
O Sindmetau, Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté e Região, também vai tentar, com intermédio da prefeitura da cidade, contato com os governo estadual e federal para que haja as necessárias negociações que revertam a decisão da Ford de encerrar as operações produtiva no País.
“O sindicato vai fazer toda luta necessária para tentar reverter essa situação”, disse o presidente da entidade, Cláudio Batista, lembrando que a decisão foi tomada de forma unilateral, sem qualquer negociação com os trabalhadores. “Além de serem muitos pais de família, estamos em plena pandemia causada pela Covid-19. Não podemos aceitar isso”, destacou o sindicalista, lembrando que a montadora foi beneficiada por uma série de isenções fiscais ao longo dos anos.
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Segundo a entidade, a fábrica em Taubaté tem 830 trabalhadores, que contam com estabilidade no emprego até dezembro de 2021, “fato ignorado pela Ford em seu anúncio”. Esse período de garantia de emprego é resultado dos acordos de redução de jornada e salários firmados durante a pandemia.
Em Camaçari, onde a Ford tem fábrica há 20 anos, os trabalhadores também compareceram em peso na assembleia, apesar da forte chuva que caiu localmente na manhã desta terça-feira. O Sindicato dos Metalúrgicos de Camaçari informou que a luta, a princípio, é pela reversão da decisão de suspender produção.
O presidente do sindicato, Júlio Bonfim, adiantou, contudo, que se a montadora se mantiver intransigente quanto à essa medida, a entidade vai lutar por uma negociação “que assegure uma indenização justa aos milhares de pais e mães de família que estão com o emprego em risco”.
A Ford confirmou que a partir da sua decisão de parar de produzir no Brasil serão demitidos perto de 5 mil empregados. Isso sem contar o reflexo da medida na cadeia fornecedora e na rede de concessionários da marca.
Fotos: Divulgação/Sindicatos Metalúrgicos Camaçari e Taubaté