As consultorias parceiras Carcon e LMC Automotive estão mais otimistas do que a própria Anfavea com relação ao comportamento da indústria automobilística nacional em 2021.
Não deixa de ser um bom sinal, afinal, já em setembro, dados da LMC indicavam para uma redução das vendas de veículos leves no Brasil de 25% em 2020, muito aquém do que então estimavam alguns especialistas, algo como 40%, e bem próximo do recuo de 26% verificado após dezembro.
Agora, enquanto a Anfavea calcula avanço de 15% para os licenciamentos, as consultorias arriscam crescimento bem mais robusto, de 26%, para cerca de 2,47 milhões de automóveis e comerciais leves. Uma nada desprezível diferença da ordem 220 mil veículos a mais, equivalente aos licenciamentos somados de Jeep, Honda e Caoa Chery em 2020.
Também a projeção da produção da Carcon e LMC é mais saborosa para as montadoras. Somando os desempenhos de Brasil e Argentina, que dedica perto de 70% do que fabrica para o mercado brasileiro, são estimados 36% de aumento sobre os 2,2 milhões de veículos montados em 2019 — recuperação total diante da queda de 30,8% registrada de 2019 para 2020.
O anunciado fechamento das fábricas da Ford no Brasil não alterará tanto essas estimativas, afirma Jomar Napoleão, consultor da Carcon para o segmento de veículos leves. Ele pondera que a quase totalidade das vendas e produção da montadora americana serão absorvidas por veículos e empresas concorrentes. “Pode variar um ou dois pontos, não mais que isso”, arrisca Napoleão.
Para o consultor, representam muito mais riscos para a consolidação desses avanços em produção e vendas o quadro de desemprego no Brasil e, sobretudo, falta de alguns componentes, especialmente neste primeiro trimestre.
Ele enfatiza o caso dos semicondutores, base para os eletrônicos. “É um problema que estourou neste começo de ano em todo o mundo, e não só na indústria brasileira. Com a retomada da produção em vários mercados ao mesmo tempo, os fornecedores precisam de algum tempo para normalizar as entregas. E isso só deve ocorrer em março”, calcula Napoleão.
Foto: Divulgação
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