A participação dos carros eletrificados no total vendido pela indústria automotiva no País ainda é bastante tímida, situando-se no acumulado de 2020 em apenas 1%. É efetivamente um índice baixo, mas representa mais do que o dobro da fatia de 0,4% registrada em 2019.
Em números absolutos, a venda de automóveis elétricos e híbridos cresceu 66,5%, passando de 11.858 para 19.745 unidades nesse mesmo comparativo. Apesar de todas as marcas estarem investindo no segmento, a maioria tem produtos importados apenas em nichos de mercado, exceção da Toyota, que desde setembro de 2019 comercializa o Corolla Hibrid, produzido em Sorocaba, SP, com motores flex e elétrico.
Como diz a própria montadora, o modelo é hoje o principal expoente no impulsionamento das vendas de eletrificados no Brasil. A Toyota comercializou no ano passado 9.614 unidades do Corolla híbrido e mais 3.220 do RAV4, o que representa 65% das vendas totais de eletrificados por aqui. Se forem considerados os 730 emplacamentos da marca Lexus, oferecida 100% com motorização híbrida, a fatia da fabricante japonesa chega a 68,7%.
É tendência mundial hoje a expansão da oferta de veículos elétricos em todas as marcas automotivas, em função, principalmente, das leis de emissões cada vez mais rigorosas vigentes na Europa e em estados estadunidenses. No Brasil, as principais entidades do setor defendem o etanol como um combustível limpo e de fundamental importância no processo de eletrificação da frota local.
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No final do ano passado, a AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, lançou o documento “Roadmap Tecnológico Automotivo Brasileiro”, que sinaliza os caminhos para o futuro do setor no País e parte do princípio de que, diferentemente do restante do planeta, o Brasil é muito rico em matrizes energéticas, em especial por biocombustíveis, como etanol e diesel verde, além do gás natural.
Na ocasião, o presidente da entidade, Besaliel Botelho, comentou que o híbrido flex é uma ponte inteligente na trilha para o veículos elétricos. “Na nossa visão, isso vai ganhar força aqui no País. Vamos ser protagonistas na bioeletrificação, vamos caminhar para um híbrido cada vez melhor”, comentou oexecutivo, lembando que o fato de o combustível fóssil ainda ser dominante mundialmente só reforça a importância do etanol brasileiro.
A Toyota saiu na frente com o Corolla híbrido flex, criando na ocasião uma expectativa de que outras marcas trilhassem esse caminho e também de que a própria montadora ampliasse seu portfólio com outros modelos do gênero.
Veio a pandemia em 2020 e muitos projetos foram postergados, o que pode até afetar a chegada de outros veículos do gênero no mercado brasileiro. É esperar para ver os próximos lançamentos do setor, incluindo o do Corolla Cross, futuro SUV da Toyota, que especula-se terá versão híbrida flex.
Foto: Divulgação/Toyota
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