Apesar de registrar volume mais elevado, gargalos na cadeia de fornecimento preocupam a indústria
A produção de caminhões começou o ano em ritmo mais acelerado do que o apresentado no ano passado, antes da pandemia chegar ao País. Em janeiro, saíram das linhas de montagem 8,5 mil unidades, volume representou uma queda de 18,4% em dezembro (10,4 mil caminhões), mas um crescimento de 19,4% em relação ao mesmo mês de 2020, quando a indústria produziu 7,1 mil unidades.
“O desempenho de início de ano costuma ser atípico, marcado por férias e, portanto, com volumes menores. Foi um resultado condizente com o previsto e mostra estratégias das empresas de recompor estoques para o começo do ano”, avaliou Gustavo Bonini, vice-presidente da Anfavea, durante apresentação do balanço mensal do setor automotivo na quinta-feira, 4.
Apesar do desempenho em alta, a indústria tem enfrentado desafios no abastecimento de peças e componentes. Segundo Bonini, desde o início da pandemia a indústria tem encontrado uma série de dificuldades em diversos materiais, de aço a pneus passando por matérias-primas.
“Toda área de logística está de cabelo em pé e, já há algum tempo, vem fazendo mágica para que o chão de fábrica não sinta dos efeitos. Até agora, com exceção de casos pontuais, está sendo possível de maneira sistemática conter os desvios, mas é uma realidade que precisa ser acompanhada de perto.”
Impulsionaram o ritmo das fábricas, especialmente a produção de semipesados e pesados. No primeiro caso, com 2,9 mil unidades produzidas, a alta foi de 47,1% sobre janeiro do ano passado, o que representou uma participação de 34% no total de caminhões produzidos.
Já a categoria de pesados participou com 43,8% na produção, com 3,7 mil caminhões montados, evolução de 6,7% na comparação com janeiro de 2020.
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