Segunda onda da Covid-19 e falta de componentes desaceleraram as linhas de montagem
A indústria de motocicletas iniciou 2021 com forte baixa na produção. As empresas associadas à Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares, montaram 56,6 mil unidades em janeiro, 27% menos do que em dezembro e expressivos 46,5% abaixo das 100,3 mil motos produzidas em igual mês do ano passado.
O resultado frustrante, assegura Marcos Fermanian, presidente da entidade, já era esperado pelo setor. As atividades das montadoras e fornecedores de motopeças foram fortemente afetadas pelas restrições de horários e circulação de pessoas determinadas pelo governo estadual durante o mês passado em Manaus, AM, onde a pandemia recrudesceu desde o final do ano passado.
“Essas medidas levaram muitas fabricantes a reduzir suas jornadas e trabalhar em um único turno. Além disso, tivemos paralisações temporárias ”, lembra Fermanian, que acrescenta ainda a falta de alguns insumos como outro fator da desaceleração das linhas de montagem no primeiro mês do ano.
Mesmo com um janeiro a ser lamentado, o presidente da Abraciclo diz seguir confiante que a indústria poderá fabricar perto de 1,06 milhão de motos ao longo deste ano e superar em quase 100 mil unidades a produção de 2020, retornando ao patamar de 2019. “O impacto de janeiro já estava nos nossos radares. A maior dificuldade para todos os setores da economia é saber como ficará a situação da pandemia nos próximos meses.”
De qualquer forma, com o aumento das restrições de atividades das empresas impostas pela pandemia, a falta de produtos e as filas de espera verificadas nos últimos meses persistirá por algum tempo ainda. A Abraciclo calcula que perto de 150 mil clientes aguardam suas motos, parte significativa adquirida por meio de consórcios.
Colaborará para isso também a boa demanda verificada nos últimos meses de 2020 e também em janeiro, quando foram negociadas 85,8 mil motocicletas, declínio de somente 6,4% sobre as vendas registradas no mesmo mês do ano passado.
Mas um indicador até mais preciso do bom momento das vendas foi a média diária de quase 4,3 mil unidades negociadas no mês passado. Foi a melhor desde janeiro de 2015 e superou a do mesmo mês de 2020 em 3%.
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Foto: Divulgação
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