Participação caiu pela metade em cinco anos. Dois modelos concentram 70% das vendas.
Os utilitários esportivos, que representaram 36,5% das vendas de automóveis no primeiro bimestre — a maior participação acumulada da história —, devem seguir fazendo estragos em outros segmentos ao longo de 2021. Depois de enterrarem os monovolumes e as station wagons no Brasil, os SUVs fazem minguar agora as vendas de sedãs médios.
Com penetração média de 8% até 2015, ano em que a oferta de SUVs começou a crescer de forma mais intensa no País, a categoria acumulou somente 11,1 mil unidades nos dois primeiros meses do ano, apenas 4,3% do total de licenciamentos.
Há cinco anos, os sedãs médios detiveram precisamente 8,8% das vendas para então encolherem seguidamente: 8,7% em 2016, 8,3% em 2017, 6,8% em 2018 e 5,8% em 2019. No ano passado foram emplacadas 85,4 mil unidades, somente 5,3% dos carros de passeio negociados. E, para piorar, 61,5 mil (72%) de dois modelos só, Toyota Corolla e Honda Civic.
A dupla de origem japonesa, ainda que já líder, respondeu por 43% dos licenciamentos do segmento em 2015. Esse domínio crescente, que já chegou a 76% após os dois primeiros meses de 2021, evidencia as dificuldades que os SUVs podem impor às vendas de sedãs médios daqui para frente.
Afinal, a própria Toyota lançará no dia 11 de março o Corolla Cross, seu primeiro SUV nacional e que, mesmo que a montadora diga identificar públicos consumidores muito distintos para cada um dos veículos, é potencial forte concorrente do próprio Corolla, líder histórico entre os sedãs médios.
Ainda que a chamada canibalização entre Corolla e Cross seja pequena, com certeza pesará na participação de mercado dos sedãs médios ao final de 2021. O Corolla, sozinho, acumulou 41 mil unidades vendidas em 2021, o dobro do segundo colocado Civic (20,5 mil) e quase cinco vezes mais do que o Chevrolet Cruze, terceiro colocado com 8,8 mil emplacamentos.
O Volkswagen Jetta, quarto sedã mais licenciado, alcançou 5,8 mil unidades e depois dele somente cinco modelos venderam acima 1 mil nos doze meses do ano passado. Outra dúzia ficou na casa de poucas centenas.
Como o Corolla Cross é apenas um dos vários lançamentos de SUVs programados para 2021, os sedãs podem esperar ataques ainda mais arrasadores e dificuldades crescentes para atrair os consumidores.
A Nissan acaba de lançar a segunda geração do Kicks, a Jeep prepara motores turbos e atualizações para Renegade e Compass, além de um inédito modelo de 7 lugares, a Renault também terá motor turbo para seu Captur e a Fiat ingressará na briga dos utilitários esportivos compactos, sem contar o Volkswagen Taos, nas revendas até meados do ano, além de novidades importadas.
É um cardápio para lá de indigesto para a concorrência e um risco real para a já definhada preferência pelos sedãs.
Foto: Divulgação
Picape da Mitsubishi ganhou em dimensões, conforto e estilo
SUV da Caoa Chery teve margem bruta de 10,5% e um giro de estoque médio…
Veículo pode utilizar só diesel ou biodiesel, assim como uma combinação dos dois
Exportado para outros países desde 2016, só agora o hatch será vendido no país vizinho
Empresa garantiu US$ 100 milhões para financiar plano de reestruturação, previsto para ser concluído no…
Novo protocolo de testes de segurança da organização passa por avaliações dos estágios de um…