Afetada pelas limitações decorrentes da segunda onda da Covid-19, produção em Manaus recua 42,7% no bimestre
Os fabricantes de motocicletas instalados no PIM, Polo Industrial de Manaus, seguem com problemas para manter suas linhas operando normalmente. Além da falta de componentes, que paralisou operações da Honda, dentre outras empresas, no mês passado, as limitações impostas pela segunda onda da Covid-19 impedem uma retomada efetiva do setor.
A produção atingiu 58.014 motos em fevereiro, volume 8,2% superior ao registrado em janeiro (53.631 unidades). Mas houve recuo de 38,6% em relação ao mesmo mês do ano passado (94.442) e no bimestre o setor acumula queda de 42,7%, com 111.645 motos fabricadas no primeiro bimestre deste ano ante 194.734 de idêntico período de 2019.
Os dados foram divulgados nesta quinta-feira, 11, pela Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares. O presidente da entidade, Marcos Fermanian, atribui ao agravamento da crise sanitária na cidade de Manaus o baixo desempenho deste início de ano. As fábricas tiveram de readequar eus turnos de trabalho para atender ao toque de recolher implantado pelo governo estadual.
“Essas medidas impediram que indústria mantivesse a curva crescente de produção registrada nos últimos meses de 2020”, comenta. “Acreditamos que, com produção plena a partir de março, conseguiremos recuperar parte dos volumes e, com isso, ter condições de reduzir a fila de espera por motocicletas, que hoje é de cerca de 150 mil unidades”.
Pelo ritmo atual de produção, na faixa de 50 mil a 60 mil unidades, a fila equivale a quase 3 meses de espera. Por causa da falta de produtos, os emplacamentos em fevereiro limitaram-se a 57.384 unidades, uma queda de 33,1% sobre o mês anterior (85.798) e de 28,1% em relação às 79.812 motocicletas emplacadas no mesmo mês de 2020. No bimestre , a redução é de 16,5% – 143.182 contra 171.476 no comparativo interanual.
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“O impacto sofrido na produção afeta toda a cadeia. Ainda temos uma demanda reprimida que não conseguimos atender. A procura por motocicletas segue em alta, mas é preciso equilibrar a relação de oferta e demanda”, esclarece Fermanian.
De acordo com os dados da Abraciclo, a categoria mais emplacada em fevereiro foi a Street, com 27.598 unidades e 48,1% de participação no mercado. A Trail (11.248 unidades e 19,6% do mercado) ficou em segundo lugar, seguida pela Motoneta (7.544 unidades e 13,1%).
O único dado positivo no setor é o relativo às exportações, que na comparação interanual de fevereiro registra crescimento de 22,2%, de 2.394 para 2.926 unidades. No primeiro bimestre, foram exportadas 6.830 motocicletas, uma alta de 66,8% sobre idêntico período do ano passado (4.095).
Segundo levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, os três principais destinos no acumulado do bimestre foram Estados Unidos (2.826 unidades e 36,6% de participação), Argentina (2.466 unidades e 31,9%) e Colômbia (694 unidades e 9%).
Foto: Divulgação/Triumph
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