Na abertura do Simea, Carlos Zarlenga defende a necessidade de uma discussão profunda sobre eletrificação no Brasil
Zarlenga não tem destino no grupo anunciado
Em rápido discurso na abertura da 28ª edição do Simea, Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva, o presidente de honra do evento e também presidente da General Motors América do Sul, Carlos Zarlenga, alertou para o risco de o setor não dar continuidade aos investimentos locais, que são decididos lá fora e dependem de condições adequadas para produzir aqui.
Sem citar a Ford e a divisão automóveis da Mercedes-Benz, lembrou da saída recente de montadoras do País e destacou que este ano é especial não só pela pandemia, mas também pela mudança mais radical pela qual precisa passar a indústria automotiva brasileira em seus 100 anos no País.
“Não estamos chegando neste momento de mudança da melhor forma possível. Há lições de casa a serem feitas”, comentou Zarlenga. Ele destacou que há 10 anos o Brasil era o país que mais ia receber investimentos nessa área, percepção que hoje é outra. “Neste momento isso não é tão claro. Temos de reconhecer as dificuldades e fazer voltar a expectativa global de que o Brasil é um bom local para investir”.
Na avaliação do presidente da GM, é necessária uma conversa séria e profunda sobre a eletrificação no Brasil: “Temos de discutir a produção de veículos elétricos, incluindo o desenvolvimento de produtos e também de baterias, assim como a Indústria 4.0. Decisões de investimentos não são tomadas no Brasil. Nós temos de convencer os investidores”.
Zarlenga salientou não querer ser pessimista, mas disse ser necessário ser realista: “Temos de dar o start para despertar o interesse global de investir no País. É o único caminho para dar continuidade à história do passado”.
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Além de Zarlenga, também o presidente da AEA, Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, Bezaliel Botelho, participou da abertura da 28ª edição do Simea, realizada este ano de forma virtual. Ele falou da revolução da mobilidade e das incertezas do momento decorrentes da pandemia da Covid-19, que dentre outros problemas tem gerado desabastecimento na cadeia automotiva mundial.
Bezaliel destacou a importância do evento promovido pela AEA, que acontece nesta quarta, 17, e quinta-feira, 18, contando não só com palestras de executivos e intelectuais brasileiros e estrangeiros, como também painéis e a apresentação de 60 trabalhos técnicos, número 10% maior do que na última edição.
O Simea deste ano tem como tema “A Revolução da Mobilidade na sociedade 5.0”, com foco no desenvolvimento e impactos da indústria 4.0 no Brasil e também o restrito mercado local de carros eletrificados. Segundo a AEA, automóveis e comerciais leves do gênero representaram somente 1% das vendas de veículos no Brasil em 2020, sendo 80% deles híbridos. Como alertou Zarlenga, é uma realidade que precisa ser mudada para garantir a competitividade mundial da indústria brasileira.
Foto: Divulgação/GM
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