Dos 77,6 milhões de unidades, só 2,3 milhões saíram das linhas sul-americanas. Brasil caiu para a 9ª posição no ranking de países.
Depois de recuar 5% em 2019 e interromper um ciclo de crescimento de uma década, a produção global de veículos, fortemente impactada pela pandemia da Covid-19, amargou um tombo ainda maior em 2020.
A Oica, Organização Mundial dos Construtores de Veículos Automores, contabilizou recuo de 16%. Foram fabricados em todo o mundo perto de 77,6 milhões de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.
A entidade, que reúne informações de associações de fabricantes de 36 países, avalia que o setor enfrentou “um desafio sem precedentes em 2020” e lembra que grande parte das montadoras e fornecedores interrompeu suas atividades em todos os países durante várias semanas. “Foi a pior crise de todos os tempos a impactar a indústria automotiva, um setor-chave da economia mundial”, afirmou Fu Bingfeng, presidente da Oica.
Na prática, a indústria automobilística voltou uma década em termos de produção. “Os resultados de 2020 eliminam todo o crescimento registrado nos últimos 10 anos”, reforça Bingfeng.
Das principais regiões produtoras de veículos, os países da Ásia-Oceania, somados, registraram a menor queda anual, 10,2%. Fabricaram 44,3 milhões de unidades, 57% do total mundial.
País | Unidades (em milhão) | Variação 20/21 |
---|---|---|
China | 22,2 | -2% |
Estados Unidos | 8,8 | -19% |
Japão | 8,1 | -16,7% |
Alemanha | 3,7 | -24,4% |
Coreia do Sul | 3,5 | -11,2% |
Índia | 3,4 | -25% |
México | 3,2 | -20,8% |
Espanha | 2,3 | -19,6% |
Brasil | 2,0 | -31,6% |
Rússia | 1,4 | -16,6% |
Os representantes do Nafta – Estados Unidos, Canadá e México – acumularam 13,4 milhões de unidades, um recuo de 20,5% sobre 2019, mas ainda assim aparecem como o segundo maior polo produtor global.
A União Europeia produziu 10,2 milhões de veículos, uma forte queda de 25% na comparação anual. O declínio só não foi maior do que na América do Sul, região de pior desempenho dentre as cinco principais.
Das fábricas brasileiras, argentina e colombianas saíram pouco mais de 2,3 milhões de unidades em 2020, 30,4% abaixo do que no ano anterior.
Com 2 milhões de unidades, a produção no Brasil encolheu 31,6% — o maior recuo registrado entre os dez maiores produtores — e o país agora aparece apenas uma posição abaixo, na nona colocação, à frente da Rússia (1,4 milhão de veículos) e atrás da Espanha (2,3 milhões), que em 2019 estava exatamente atrás do Brasil.
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Epicentro inicial da pandemia, a China viu sua produção diminuir somente 2% no ano passado. Seguiu assim como o maior produtor global de veículos, com mais de 25,2 milhões de unidades. Sozinha, a China respondeu por 33% da produção mundial e ficou muito à frente do segundo colocado, os Estados Unidos, que fabricaram 8,8 milhões, 19% abaixo do quem em 2019.
A Oica também compilou as vendas de seu países membros e aponta declínio médio de 12%, para 77,7 milhões. Enquanto muitos mercados registraram perdas acima de 20% ou 30%, mais uma vez os asiáticos saíram-se melhores. As vendas na China e Coreia do Sul foram menores apenas 2% e 6, respectivamente.
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