É mais do que o dobro da média do mercado, mas produção local das filiadas garante um balanço geral da entidade mais equilibrado
Com 15 empresas filiadas, a Abeifa, Associação Brasileira das Empresas Importadoras e Fabricantes de Veículos Automotores, divulgou balanço das vendas de março e do primeiro trimestre, mostrando recuo forte das marcas sem produção local e desempenho positivo das que têm fábrica no Brasil.
No acumulado dos primeiros três meses, houve queda de 16,1% no volume de carros importados, que no comparativo interanual baixaram de 7.140 unidades para 6.013. O índice é bem maior do que o registrado no mercado total de automóveis e comerciais leves, cujas vendas recuaram 6,5% no trimestre.
Já os emplacamentos de veículos nacionais das associadas da Abeifa subiram 11%, saltando de 8.142 no primeiro trimestre de 2020 para 9.040 veículos no mesmo período deste ano. Somados os nacionais e importados, o desempenho foi levemente negativo – queda de 1,7%, de 15.312 mil para 15.053 unidades.
Além do dólar em alta, também os desabastecimento mundial no setor contribuiu para a queda na venda dos importados, segundo revela o presidente da Abeifa, João Henrique Oliveira. Os importadores não estão conseguindo repor estoque, ou seja, as vendas poderiam ter sido melhores não fosse a falta de peças e insumos que afeta a produção de suas matrizes.
Dentre as marcas que não produzem no Brasil, a Kia, por exemplo, viu suas vendas recuarem 39,9% no trimestre, de 1.676 no ano passado para 1.007 em 2021. O mesmo já não aconteceu com as marcas que atuam no segmento premium, como a Volvo Car, que ampliou vendas em 5,7%, de 1.662 para 1.756 automóveis, e Porsche, de 713 para 749 unidades, alta de 5%. Tem peso importante nesses casos a oferta cada vez maior de veículos elétricos e híbridos.
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Das marcas com produção local, a BMW expandiu a venda de veículos nacionais em 19,2% no trimestre, de 1.705 para 2.032 automóveis, e a Caoa Chery em 15,5%, de 5.532 para 6.392 unidades.
Balanço mensal
Em março, segundo o balanço da Abeifa, chegou até a haver crescimento sobre fevereiro e o mesmo mês de 2020. Foram comercializadas 2.159 unidades importadas, 17,1% a mais do que no mês anterior (1.844 unidades) e volume 3,2% superior ao do mesmo mês do ano passado. Na produção nacional, com 3.758 emplacamentos, a alta foi de 54,4% e 37,4%, respectivamente.
Somados os licenciamentos de veículos nacionais (2.159) e importados (3.728) do mês passado, com total de 5.887 unidades, verificou-se elevações de 38,3% em relação a fevereiro e de 22,5% sobre março de 2020. Apesar dessa expansão no comparativo mensal, o presidente da Abeifa destaca que as associadas da entidade ainda vivem momentos de muita apreensão e preocupação com a paridade cambial e o cenário de pandemia por Covid-19.
Considerando os dados gerais do setor, Oliveira diz que há preocupação com relação às marcas que são subsidiárias e também com os importadores de grupos empresariais brasileiros, mas sobretudo com a saúde financeira da rede autorizada de concessionárias, pertencente a empresários locais e regionais.
“Os números mensais de desempenho dos últimos dez anos mostram a fragilização de nosso setor. Isso não é bom para o País porque os importados já comprovaram sua importância no mercado brasileiro, responsáveis por trazer novas tecnologias, novos investimentos e, em especial, balizamento de preços”.
Oliveira informa, por fim, que a associação, junto com outras entidades do setor, tem mantido contatos diretos com o governo, debatendo a adoção de medidas que garantam o fluxo de caixa das empresas neste período de agravamento da pandemia, assim como a manutenção dos empregos.
A Abeifa também continua insistindo na redução do Imposto de Importação dos atuais 35% para 20%, mas por enquanto não há sinalização positiva do governo nesse sentido. De qualquer forma, o executivo acredita que no segundo semestre deste ano saia alguma posição do governo sobre o assunto.
Foto: Divulgação/Kia
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