Omercado automotivo vive momento bastante caótico neste início de abril. Há concessionárias fechadas ou trabalhando parcialmente em todo o País por causa das medidas de isolamento decorrentes do agravamento da pandemia, fábricas paralisadas por esse mesmo motivo e/ou falta de componentes e escassez de produtos no varejo, um quadro que impede qualquer previsibilidade sobre o futuro do setor automotivo no País.
“Pior do que estoque baixo é o risco de não reposição do que está em falta”, comenta o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior. Dados preliminares da entidade indicam um estoque na rede na faixa de 52 mil a 55 mil veículos, o suficiente para 12 ou 13 dias no máximo. “Isso considerando que o mercado está retraído. Se a situação fosse mais normal, seria equivalente a seis ou sete dias de venda”.
Ele lembra que na primeira onda da pandemia da Covid-19 havia estoques e a indústria trabalhava sem problemas de abastecimento. “Hoje, os estoques praticamente não existem, tanto nas concessionárias como nos pátios das montadoras. E a falta generalizada de peças e componentes vem provocando a paralisação das linhas de montagem de várias montadoras, prejudicando a oferta de veículos”.
O executivo programa para o próximo mês a divulgação de um balanço de quantas concessionárias já fecharam no País e qual o nível de desemprego decorrente da pandemia da Covid-19. “Que houve fechamento de lojas e de postos de trabalho não temos dúvida. Só não temos ainda os números”, comenta Assumpção Júnior.
Segundo ele, o momento é tão instável e imprevisível que a Fenabrave preferiu não fazer, neste início de abri, a revisão das projeções que tradicionalmente realiza a cada trimestre. É certo, contudo, que abril tem tudo para ser um mês bastante fraco, diante da paralisação das fábricas e das revendas.
“As concessionárias estão com grandes dificuldades, serão inevitáveis as falências no setor”, destaca Assumpção Júnior. “O fechamento total ou parcial das lojas preocupa demais, visto que a compra física continua predominando no setor. Temos tentado mostrar aos governadores que não há histórico de aglomerações nas concessionárias e, assim, elas poderiam estar funcionando sem prejudicar as ações na área de saúde”.
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De acordo com a Fenabrave, março teve balanço positivo em relação a fevereiro e ao mesmo mês do ano passado porque grande parte das vendas já tinham sido realizadas nos meses anteriores. “Os clientes estavam aguardando a entrega dos veículos pelos fabricantes, o que ocorreu em março. Só por isso os números são positivos”.
Balanço divulgado nesta terça-feira, 6, pela entidade mostra que o segmento de automóveis e comerciais leves, com 177.109 emplacamentos, apresentou alta de 13,7% em relação ao mesmo mês do ano passado (155.784 unidades) e de 11,9% sobre fevereiro (158.226).
Já no acumulado do primeiro trimestre do ano, houve retração de 6,5%, totalizando 497.885 automóveis e comerciais leves emplacados, contra os 532.506 registrados no mesmo período de 2020. No ranking histórico, o mês de março de 2021 está na 13ª posição e, no acumulado do ano, na 12ª colocação.
Foto: Divulgação/Fenabrave
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