Compacto da Volkswagen vendeu 234 mil unidades em sete anos, três vezes menos do que o veterano Gol
O Up! deixou de ser produzido este mês em Taubaté, SP, sem grande alarde ou homenagens da Volkswagen. O compacto sai de linha sete anos depois de seu lançamento e, assim, pode ser relacionado entre os modelos de vida mais curta da marca no Brasil. O fraco desempenho de vendas justifica a discrição na hora de encerrar a breve carreira de um carro que poderia ter papel bem mais importante na história da empresa. O Up! passou longe de ser um sucesso de vendas no mercado interno.
No segmento de entrada, obteve como melhor colocação o 4º lugar em 2014, exatamente seu primeiro ano de estreia, quando também atingiu o maior número de licenciamentos: 58,6 mil. Desde então, porém, iniciou uma curva descedente e ininterrupta. O “down” prevaleceu sobre o “up” nas planilhas comerciais!
Em 2020, enquanto o Gol, seu veteraníssimo irmão de marca — e que tinha tudo para ser substituído pelo próprio Up!, nos planos da montadora —, acumulou 71,1 mil unidades vendidas, foram registrados somente 6,9 mil licenciamentos do compacto, número que o deixou na 6ª e última posição do segmento. Perdeu feio para outro veterano, o Fiat Uno, com 22,7 mil emplacamentos, e até para o Toyota Etios, também aposentado em fevereiro e que alcançou 8,7 mil unidades.
Os tímidos emplacamentos do ano passado, equivalentes a participação de 3,3% no segmento, só referendaram as dificuldades que o Up! encontrou desde sempre para ser atrativo aos olhos e bolsos de quem buscava um veículo de entrada.
Ao longo de seus sete anos, e até o mês passado, foram negociados pouco mais de 234 mil Up! no mercado brasileiro, média anual de 33,5 mil licenciamentos. No mesmo período, o Gol vendeu quase o triplo: 646 mil unidades, 92,3 mil na média anual.
No primeiro trimeste de 2021 chegaram às ruas somente 1,8 mil unidades do compacto, ja como linha 2021, que contava com apenas uma versão e ainda assim configurada para apenas quatro ocupantes por força da legislação de segurança.
Menor e, em algumas versões, mais caro do que o Gol, o Up! se deparou, já a partir de 2015, com a economia em queda, sensível perda de poder aquisitivo dos consumidores das faixas mais baixas do mercado e, também em alguma medida, com a concorrência dos SUVs compactos nacionais, que roubaram vendas de hatches pequenos, sedãs pequenos e médios e aniquilaram as station wagons e os hatches médios desde 2016.
Em nota, a montadora afirmou que o fim do Up! “segue a estratégia de renovação do portfólio, que passa pela maior ofensiva de produtos da sua história no País” — leia-se, sobretudo, a proliferação da oferta de SUVs — e acrescenta que o modelo “é um marco para o desenvolvimento de veículos da Volkswagen em termos de segurança e performance”.
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De fato, o Up! foi o primeiro compacto nacional a obter nota máxima nos testes do Latin NCAP e estreou o motor 1.0 TSI aqui, até hoje uma referência técnica e presente em quase todos os modelos da Volkswagen.
Méritos insuficientes, porém, para alavancar as vendas nos índices imaginados inicialmente pela montadora e fazer dele o legítimo sucessor do Gol, função que agora caberá a uma nova e mais barata versão do Polo, já confirmada para Taubaté, não por coincidência base produtiva do agora fora de linha Up!.
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