Picape aprimorada em estilo, segurança, tecnologia, motorização e conectividade
A Fiat decidiu complicar ainda mais a vida das concorrentes da Toro. Apresentada nesta quinta-feira, 22, a linha 2022 da picape, que amanhã começa a chegar às revendas, ganhou em estilo, motorização, oferta de equipentos de série, tecnologias e conectividade. Melhor, sem aumento de preços e até redução de R$ 5 mil na versão de entrada, a Endurance 1.8 AT, que custa agora a partir de R$ 114.590,00.
O pacote de novidades e a estratégia de preços têm tudo para assegurar, e até ampliar, a liderança da Toro, que no primeiro trimestre deteve 37% das vendas do segmento de picapes grandes, o dobro da segunda colocada Toyota Hilux, aponta levantamento da Fenabrave.
Mesmo com as muitas informações sobre o lançamento da nova linha, o índice de penetração em 2021 é até maior do que o registrado no ano passado, quando a picape Fiat somou 54 mil licenciamentos, 32% do segmento, que conta com outros oito modelos. Não se trata de algo inédito: desde que foi apresentada, há cinco anos, a Toro lidera entre as picapes grandes.
A Fiat pôs fim ao câmbio manual na nova Toro. São nove versões com câmbio automático, de seis ou nove marchas, e três alternativas de motores: a de entrada Endurance, com o antigo 1.8 flex, que deve ter vida curta, o novíssimo 1.3 flex turbo e o já conhecido 2.0 turbodiesel, as intermadiárias Freedom e Volcano, que dispõem do 1.3 turbo e do turbodiesel, e as topo de gama e Ranch e Ultra, equipadas somente com o 2.0 turbodiesel.
Versões e preços
Endurance 1.8 AT: R$ 114.590,00
Endurance 1.3 Turbo flex AT: R$ 119.590,00
Endurance 2.0 Turbodiesel: R$ 152.990,00
Freedom 1.3 Turbo flex AT: R$ 131.890,00
Freedom 2.0 Turbodiesel AT: R$ 164.390,00
Volcano 1.3 Turbo flex AT: R$ 144.990,00
Volcano 2.0 Turbodiesel AT: R$ 177.690,00
Ranch 2.0 Turbodiesel AT: R$ 185.490,00
Ultra 2.0 Turbodiesel AT: R$ 187.490,00
O design da carroceria, uma referência desde 2016, mudou apenas na dianteira, mas as intervenções foram suficientes para deixar a Toro ainda mais atraente. Mudaram grade, para-choques e conjunto ótico, que passa a ter faróis em full Led de série já partir da versão Freedom.
A picape ganhou novo painel e, também de série — com exceção da Endurance 1.8 —, quadro de instrumentos digital configurável. As variantes da Freedom e Volcano têm central multimídia de 8,4 polegadas, enquanto nas Endurance a tela é de 7 polegadas. Para quem comprar as versões Ranch e Ultra, um sensível diferencial: a central multimidia é de 10, 1 polegadas, posicionada na vertical, uma solução já encontrada em veículos de segmentos mais caros e também nas picapes importadas da Ram, outra marca da Stellantis.
A Fiat investiu alto ainda em conectividade ao apresentar na Toro wifi nativo para até oito dispositivos e a plataforma de serviços conectados Connect Me, que será incorporada aos poucos em outros produtos da Stellantis. Dentre 30 funcionalidades acessíveis à distância por smartphones ou outros aparelhos, estão, por exemplo, acionamento do motor, localização do veículo, informações sobre autonomia e consumo, dentre outros.
A marca também elevou o nível de segurança da picape, que acumula quase 300 mil unidades negociadas no mercado interno desde sua apresentação, em 2016. Já na Endurance, são seis airbags de série. Opcionalmente nas Freedom e já de linha nas duas versões mais caras, um bom pacote de sistemas de auxílio à condução que inclui frenagem de emergência autônoma, comutação automática de farol alto e alerta e controle de permanência na faixa, com correção.
O novo motor turbo flex de quatro cilindros, fabricado em Betim, MG, e que estreia na Toro, desenvolve 185 cavalos quando abastecido com álcool. A marca o identifica na carroceria com a sigla T270, em referência ao torque máximo de 270 Kgfm, para suprimir seu 1.3 litro, uma clara precaução contra o preconceito a motores pequenos que ainda persiste no Brasil.
Outra boa manobra da empresa: opção de motor a diesel em todas as versões, desde a Endurance, sempre acoplado ao câmbio de nove velocidades, o que deve atrair mais consumidores.
Ainda assim, Herlander Zola, diretor da Fiat na América do Sul, identifica a possibilidade de o motor turbo T270 aumentar a partipação das versões flex no mix de vendas e que hoje é semelhante à das diesel. “Talvez chegar a 55% de flex”, arrisca o executivo, que admite estudos gambém para um versão flex com tração 4×4, inédita na linha. “Se o mercado demandar…”
Zola comemora a forte ascensão da marca no mercado total de picapes, que passou de 33% em 2015 para mais de 55% no primeiro trimestre de 2021 — e que tem a Nova Strada e a Toro, respectivamente, na primeira e segunda colocações — e a liderança da Fiat em automóveis e comerciais leves, com 20,5% de participação no acumulado dos três primeiros meses, seis pontos porcentuais a mais do que igual período de 2020.
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De quebra, pela primeira vez na história, a marca conquistou ainda a ponta no conjunto dos mercados sul-americanos, com 14%. E Antonio Filosa, CEO da Stellantis, profetiza que esse quadro não mudará até o fim do ano. Em breve pronunciamento durante a apresentação online da Toro, o dirigente, confiante, foi objetivo: “A Fiat será líder não só no Brasil, mas no continente”.
Para isso, a Toro renovada terá papel relevante nos negócios, assim como a Nova Strada, os motores turbos em outros produtos e, em particular, o lançamento do primeiro SUV compacto da Fiat no segundo semestre, mas que já é alvo de seguidas ações de marketing e comunicação.
Com o novo carro nacional, ainda conhecido como Progetto 363, a marca ingressará no maior segmento do mercado interno, responsável por um terço das vendas. Ou seja, mais um candidato a prato indegesto para a concorrência.
Foto: Divulgação
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