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A Indústria 4.0 e suas dimensões no agronegócio

Pedro Hilzendeger, da AGCO: transformação digital já é uma realidade tanto no campo como nas indústrias de maquinário.

Em 2021, completam-se dez anos do conceito de Indústria 4.0 – a Quarta Revolução Industrial. O termo, que surgiu pela primeira vez em 2011 na feira de Hannover na Alemanha, caracteriza a digitalização das atividades industriais e a integração de diversas tecnologias, tais como internet das coisas (IoT), computação em nuvem, big data, inteligência artificial e robótica avançada, afim de tornar os processos ainda mais eficientes, flexíveis e autônomos.

No agronegócio, a transformação digital já é uma realidade tanto no campo como nas indústrias de maquinário. A AGCO alinha-se a este forte movimento por meio de sua visão de ser parceiro de confiança e líder em soluções inteligentes para o setor agrícola, com um processo autoguiado, desde a matéria-prima até o cliente final.

Existem cinco dimensões fundamentais a serem desenvolvidas para a evolução do negócio em direção à Indústria 4.0 – também conhecidos como os 5 Smarts. No coração da Indústria 4.0 está o Smart Manufacturing, conjunto de tecnologias digitais avançadas aplicadas ao chão de fábrica que, com integração e conexão em tempo real, permitem ganhos significativos de eficiência e de produtividade.

A AGCO conta com soluções de ponta para coleta, monitoramento, controle e otimização de dados industriais, armazenados em nuvem, promovendo maior agilidade e assertividade na tomada de decisões estratégicas do negócio.

Ainda dentro de Smart Manufacturing, a companhia possui tecnologias autônomas para transporte de materiais, como os veículos auto-guiados (AGV’s) e robôs colaborativos (Cobots), que atuam lado a lado com os colaboradores de forma segura e sinérgica. Tecnologias alternativas de fabricação, tais como a Manufatura Aditiva (Impressão 3D), também vem ganhando espaço no segmento, tanto na produção de ferramentas e dispositivos para processo, como na impressão de peças finais para tratores e produtos das demais categorias.

A segunda dimensão da Indústria 4.0 é o Smart Working, englobando as ferramentas que integram os trabalhadores aos ambientes digitais. Óculos Inteligentes e outros smart devices passam a substituir o lápis e o papel na execução de tarefas rotineiras, como inspeções e checklists. Os treinamentos e as instruções de trabalho em ambientes de realidade virtual e aumentada tornam a capacitação dos colaboradores ainda mais robusta.

Ferramentas de simulação de processos possibilitam a construção dos “gêmeos digitais” e a realização de estudos, testes e otimizações em ambientes virtuais, alimentados pelos dados do mundo real. Além disso, o trabalho inteligente quebra barreiras físicas antes existentes, promovendo a integração entre funcionários e fluxos de trabalho, independentemente de localização.

O Smart Supply Chain, terceira dimensão, contempla a integração horizontal e conexão digital entre produtores, fabricantes, distribuidores, comerciantes e clientes finais, por meio de tecnologias logísticas de monitoramento e rastreamento e de serviços de atendimento, desde a matéria-prima que é destinada à fábrica, até o produto final a caminho do consumidor.

A quarta dimensão trata do Smart Product-Service Systems, modelo inteligente de negócio que oferece soluções integradas de produtos e serviços, de forma a maximizar a satisfação dos clientes em suas experiências. Atualmente, o portfólio da AGCO vai além das suas máquinas agrícolas de alta performance: com o Precision Planting e a plataforma Fuse®, oferecemos aos agricultores soluções de alta tecnologia para que alcancem novos patamares de produtividade e eficiência, ao mesmo tempo em que preservam recursos para as próximas gerações, desde as etapas de plantio e cultivo, até a colheita e armazenamento.

Em se tratando de preservação de recursos, entramos na quinta e última dimensão: Smart Consumption, que abrange as formas responsáveis de consumo num mundo cada vez mais atento à sustentabilidade e voltado à economia circular, baseada na redução de desperdícios ao longo de todo o ciclo de vida dos produtos, e nas práticas de reduzir, reutilizar, reciclar e compartilhar.

Em suma, aquilo que há dez anos surgia como um novo conceito, hoje é parte fundamental da estratégia de empresas que buscam resultados positivos e destaque em seus campos de atuação no curto, médio e longo prazo. No agronegócio, não poderia ser diferente: a AGCO está comprometida com a transformação digital ao longo de todo o ciclo de suas operações, desde as interfaces com seus fornecedores, aos processos fabris, até as relações com as concessionárias e clientes finais.

A jornada em direção à Indústria 4.0 é extremamente desafiadora e dinâmica, à medida em que novas soluções e tecnologias surgem para alavancar cada uma de suas dimensões fundamentais. Que sigamos neste caminho para que a próxima década seja ainda mais transformadora!


Por Pedro Hilzendeger, engenheiro de processos de Smart Manufacturing na AGCO América do Sul. É graduado em engenharia química pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e pós-graduando em Indústria 4.0 e Transformação Digital pelo Departamento de Engenharia de Produção da UFRGS


 

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Publicado por
Redação AutoIndústria

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