A Caoa Chery foi a 10ª marca mais vendida no Brasil no mês passado. A novata montadora alcançou exatos 3.183 licenciamentos, segundo a Fenabrave. Foi o melhor resultado mensal da história da empresa, surgida no fim de 2017, com a aquisição da operação da Chery pelo Grupo Caoa.
A drástica queda da Ford, que encerrou sua produção nacional no começo do ano, apenas acelerou o processo de ascensão da participação dos modelos de origem chinesa fabricados em Jacareí, SP, e Anápolis, GO.
Chegar na mesma 10ª colocação no acumulado do ano em automóveis de passeio é apenas uma questão de tempo, pouquíssimo tempo. Ao final de junho, quase certo. Isso porque a vantagem da Ford em 2021 é de menos de 1,6 mil unidades e só em maio a Caoa Chery obteve 1,2 mil licenciamentos a mais.
A penetração acumulada das duas marcas nos cinco primeiros meses foi, respectivamente, de 2% e 1,8%. Mas a meta para o ano assumida por Marcio Afonso, CEO da Caoa Chery, é exatamente a atual participação da Ford, com perto de 34 mil unidades negociadas.
Pelo ritmo dos negócios, a prevista ampliação da rede de revendas em cerca de 25% e o cardápio ampliado de produtos, parece ser uma aposta propositadamente conservadora.
Por exemplo: só do Tiggo 3X, apresentado na semana passada, e que, portanto, refletirá no desempenho comercial somente a partir deste mês, Afonso espera vender cerca de 1 mil unidades mensais, ainda que boa parte, claro, representará uma canibalização do Tiggo 2.
Mas, com cinco SUVs e dois sedãs montados no Brasil, e mesmo sem uma picape ou furgão, a Caoa Chery tem tudo também para ultrapassar a Ford no ranking geral de automóveis e comerciais leves até o fim do ano. Mesmo considerando que a desvantagem seja de mais de 10 mil licenciamentos nos cinco meses de 2021: quase 22,8 mil Ford vendidos contra 12,1 mil Caoa Chery.
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O modelo mais vendido da marca norte-americana agora é a picape argentina Ranger, que somou 9 mil emplacamentos em cinco meses. Em maio, ela representou mais de 40% dos 3 mil licenciamentos da empresa, que ainda contou com cerca de 900 unidades da “xepa” dos fora de linha EcoSport e Ka, quase um terço do total.
Para se manter entre as dez primeiras no ranking de 2021 — com a Ford naturalmente minguando, passando à mera condição de importadora de veículos de nicho —, restará à Caoa Chery apenas acompanhar os movimentos da Peugeot nos próximos meses.
Atual 11ª colocada em automóveis, com 7,2 mil unidades vendidas, a marca francesa começou a reagir em 2021 e tem um trunfo importante: a visível e crescente força da estrutura comercial da Stellantis. Não deixa de ser um risco.
Foto: Divulgação
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