O mercado brasileiro de carros de passeio tem passado por uma concentração de vendas. Utilitários esportivos, hatches pequenos e os chamados modelos de entrada, nesta ordem, são os três maiores segmentos e, nos últimos cinco anos, o trio vem aumentando sua participação nas vendas.

Se na primeira metade da última década as três maiores categorias de cada ano representavam não mais do que 65% dos licenciamentos, a partir de 2017 o patamar médio ultrapassou os 70%. Em 2018, as três líderes dominaram 70,6% dos negócios, passaram para 71,6% em 2019 e encerraram 2020 com 73,1%.

 

Em 2021 a predominância é ainda mais evidente. De janeiro a maio, SUVs, hatches pequenos e modelos de entrada somaram nada menos do que 78,3% de todos os automóveis vendidos no Brasil. Em números absolutos: 525,8 mil dos 670,9 mil licenciamentos acumulados.

Como a Fenabrave, Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, define 13 categorias de automóveis no Brasil – não entram na lista e no cálculo os comerciais leves —, as 10 restantes somaram apenas 145,1 mil unidades negociadas. Dessas, duas têm 1% de participação, outras três, menos de 0,4%, e duas, com poucas dezenas de unidades, já não existem, na prática.

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Esse crescente domínio das atuais três categorias líderes se deve, em boa medida, ao avassalador ritmo de lançamentos e vendas dos utilitários esportivos a partir de 2015. De janeiro a maio, o segmento acumulou 262 mil unidades emplacadas, 39% do mercado de automóveis, contra 161 mil hatches pequenos (24%) e 102,9 mil dos carros de entrada (15,3%).

E a diferença dos SUVs para os hatches pequenos — que lideravam entre os automóveis até 2019, com um terço dos negócios — só tem aumentado, e de maneira acelerada.

Em 2020, primeiro ano à fente do mercado, os SUVs detiveram 32,7% dos licenciamentos, somente 3 pontos porcentuais a mais do que os hatches (29,5%). No acumulado até maio, portanto, essa vantagem já quintuplicou.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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