Tecnologia

Nissan vê potencial para exportar tecnologia que utiliza bioetanol

Montadora firma novo acordo com IPEN visando à produção de veículo movido a célula de combustível

A Nissan do Brasil acaba de assinar novo acordo com o IPEN, Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares, para dar prosseguimento a estudo inédito em âmbito mundial para o desenvolvimento de um veículo movido a Célula de Combustível de Óxido Sólido (SOFC) que gera energia elétrica a partir da utilização do bioetanol.

Ainda não há data para a produção em escala comercial desse tipo de automóvel, mas a montadora tem 2025 como referência para a conclusão das pesquisas iniciadas em 2015 e que agora entram em nova fase, com ênfase em reduzir o tamanho e o peso de todo o sistema.

Ao participar da assinatura em cerimônia virtual da renovação da parceria entre as partes, o presidente da Nissan Mercosul e diretor geral da Nissan do Brasil, Airton Cousseau, destacou o potencial de exportação da tecnologia em desenvolvimento no País, que pode contemplar, além do etanol, o gás natural e o biogás.

“Vários estados na China utilizam o gás natural e o etanol já é utilizado nos Estados Unidos, a partir do milho, e também na Índia e na Tailândia”, lembrou Cousseau. “As pesquisas em andamento, que envolvem as engenharias da Nissan no Japão e outros países, são positivas para o Brasil. A ideia é exportar a tecnologia quando os estudos estiverem concluídos”.

O primeiro acordo firmado com o IPEN data de 2019, mas as pesquisas com relação à celula de combustível começaram em meados da década passada. Nessa nova fase, o objetivo do trabalho em conjunto é adequar os componentes para uso em possíveis projetos em escala comercial.

De acordo com Fabio Coral Fonseca, pesquisador do IPEN, um dos desafios, no momento, é estudar a possibilidade de integrar o reformador – uma peça importante do sistema – à própria célula de combustível. Além disso, outros estudos buscam soluções para a redução do tamanho do sistema.

“É um prazer interagir com o time de pesquisa da Nissan e poder colaborar com um desenvolvimento global da marca”, comentou Coral. “Eletrificar o etanol, um combustível renovável e estratégico para o País, tem um enorme potencial no contexto das novas energias sustentáveis”.

Ricardo Abe, gerente sênior de engenharia da montadora, lembrou que a Nissan é a primeira empresa a desenvolver e já testar protótipos que são abastecidos com bioetanol para gerar energia elétrica para carregar uma Célula de Combustível de Óxido Sólido (SOFC). O primeiro período de testes físicos com veículos do gênero foi realizado no Brasil entre 2016 e 2017.

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Exportações e eletrificação nortearão Nissan no Brasil

Segundo dados divulgados pela montadora, a utilização desse tipo de sistema combinado com a alta eficiência dos motores elétricos e o sistema de bateria garantem ao Nissan SOFC uma autonomia superior a 600 km com somente 30 litros de etanol. Por contar com uma ampla rede de abastecimento de bioetanol, o Brasil, segundo a montadora, tem sido peça-chave para o desenvolvimento e estudos de viabilidade do projeto.


 

Foto: Divulgação/Nissan

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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