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Paralisação da GM em Gravataí vai chegar a 134 dias

"A preocupação é grande", admite diretor do sindicato. "Mas o essencial é manter os empregos".

O problema com a falta de semicondutores afeta todo o setor automotivo desde o final do ano passado, mas nada se compara à situação vivida pela General Motors no Brasil este ano. Enquanto outros fabricantes reduzem turno e fazem paradas temporárias, a fábrica da GM em Gravataí, RS, está com as operações suspensas desde 5 de abril.

Inicialmente havia a expectativa de retomada em junho, data que foi sendo postergada até a confirmação pela fabricante esta semana de que a produção só será retomada em 16 de agosto. Serão ao todo 134 dias, mais de 1/3 do ano sem a oferta da nova geração do Onix. Já foram 82 dias de paralisação e ainda faltam 52 até a reativação parcial das operações, visto que a GM já adiantou que voltará em apenas um turno.

“A preocupação é grande”, admite o diretor administrativo do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari. “Mas o essencial é manter os empregos. A GM só informa que faltam peças e não há quem não esteja preocupado no setor hoje”.

O sindicalista diz que quase toda semana há assembleia virtual com os empregados do Complexo Industrial, que além da GM reúne mais 11 sistemistas. Ele informa que nesta sexta-feira, 25, haverá assembleia para discutir reajuste salarial de 6,94% para os mensalistas, além de outras questões, como a renovação do banco de horas.

Segundo Ascari, os trabalhadores estão garantidos pela MP 1045, que reinstituiu o Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda, lançado no ano passado por meio da MP 936. “A aprovação do lay-off envolveu assembleia não só na fábrica da GM mas também nos sistemistas. Por isso as assembleias são constantes”.

Ao confirmar o retorno da fábrica em apenas um turno no dia 16 de agosto, a General Motors emitiu nota destacando que toda a cadeia de suprimentos da indústria automotiva na América do Sul tem sido impactada pelas paradas de produção durante a pandemia e pela recuperação do mercado mais rápida que o esperado, o que afeta de forma temporária o cronograma de produção da empresa no Brasil. “A GM segue trabalhando com seus fornecedores para retomar a produção regular o mais rápido possível”, conclui o comunicado.

No início de junho, questionada pelo AutoIndústria sobre informações de alguns concessionários Chevrolet de que a montadora, em uma política global, estaria  priorizando algumas fábricas em detrimento de outras, a subsidiária brasileira garantiu que isso não ocorre, informando que antes de Gravataí já haviam parado fábricas no Canadá, Coreia, Estados Unidos e México.

Não deixa, contudo, de ser surpreendente o fato de a GM no Brasil estar sendo muita mais prejudicada do que outras marcas por causa da falta de semicondutores. Líder de mercado até o ano passado, a Chevrolet vendeu apenas 113 mil veículos no acumulado de janeiro a maio deste ano, número próximo ao do ano passado (114,7 mil), quando o setor parou praticamente por dois meses por causa da chegada da Covid-19 no País.

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O resultado da paralisação em Gravataí e também em São Caetano do Sul, SP, onde a empresa prepara a linha para a produção local de uma nova picape, é o tombo do primeiro para o terceiro lugar no ano, com participação reduzida de 17,9% para 13,5%, quadro que deve se agravar ainda mais até setembro.

A Fiat assumiu a liderança nos primeiros cinco meses, com 179,3 mil emplacamentos e fatia de 21,4%. A Volkswagen é vice´líder, com 142,1 mil licenciamentos e participação de 17,3%.


Foto: Divulgação/GM

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Publicado por
Alzira Rodrigues

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