Polo Industrial de Manaus trabalha para atender demanda reprimida provocada no início do ano devido a interrupção das atividades nas fábricas
A fabricantes de motocicletas encerram o primeiro semestre com o registro de melhor desempenho para o período desde 2015, ano que se iniciava uma crise econômica no País. De acordo com dados da Abraciclo apresentados na quinta-feira, 8, saíram das linhas do Polo Industrial de Manaus (AM) mais de 568,8 mil unidades, alta 45% em relação aos seis primeiros meses de 2020, quando somou 392,2 mil motocicletas.
Somente no mês passado, a produção ultrapassou 105,4 mil unidades, altas de 1,6% em relação a maio, com 103,7 mil motos, e de 35% na comparação com junho do ano passado, ocasião que registrou 78,1 mil unidades produzidas.
Segundo Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, o segmento segue trajetória de recuperação, em especial para atender uma demanda reprimida ocasionada em função das necessárias medidas de segurança para conter o contágio da covid-19.
“Todas as unidades fabris trabalham para recuperar parte do atraso registrado no primeiro bimestre devido à crise sanitária enfrentada pela cidade de Manaus”, observa em nota o dirigente. “A entrega de modelos de média e alta cilindrada já está regularizada. Já as motocicletas de baixa cilindrada e scooters ainda têm fila de espera e os consumidores precisam esperar um pouco mais.”
O ritmo de produção até o momento, no entanto, segue conforme as expectativas da Abraciclo, que estima encerrar o ano com 1,06 milhão de motocicletas produzidas. Mas a associação que reúne os fabricantes do segmento não descarta a possiblidade de viés de alta.
“Existem condições favoráveis, mas também uma série de fatores, como o aumento dos juros, do índice de desemprego e da diminuição da renda dos brasileiros, que ainda pode impactar o mercado. Além disso, precisamos avaliar se o que temos hoje é uma demanda cíclica, em função da redução da produção, ou se é algo sustentável”, avalia o Fermanian.
Já o mercado absorveu nos primeiros seis meses 571,1 mil motocicletas, crescimento de 47,7% sobre os 350,1 mil licenciamentos registrados há um ano. Apenas em junho, os emplacamentos somaram 106,6 mil unidades, queda de 3,3% em relação a maio (110,3 mil unidades), mas em alta 132,6% na comparação com o mesmo mês do ano passado.
No caso das vendas externas, os embarques no primeiro semestre cresceram 148,7%, para 26,2 mil motocicletas contra 10,5 mil embarcadas nos mesmos seis primeiros meses de 2020. A Argentina foi o país que mais recebeu motocicletas produzidas no Brasil: 8,3 mil unidades, que representou 30,8% do total exportado. Em seguida aparece os Estados Unidos, com 21,6% das exportações (5,8 mil unidades) e Colômbia, com 20,1% (5,4 mil unidades).
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