O segmento das chamadas marcas premium, que tem como protagonistas, em especial, BMW, Volvo, Mercedes-Benz, Audi e Land Rover, superou os 19 mil licenciamentos no primeiro semestre. O número representa crescimento de 23% sobre igual período do ano passado, muito perto da evolução média de 26% do mercado total de automóveis.

Mas o desempenho isolado de cada uma das marcas, contudo, mostra que Mercedes-Benz e Audi têm enfrendo maiores dificuldades para manter suas vendas e participações e que não terão vida fácil pelo menos  nos próximos meses.

Coincidência ou não, as duas deixaram de produzir no Brasil entre o fim de 2020 e o começo deste ano. A Mercedes até já teria vendido a fábrica de Iracemápolis, SP, para a chinesa Great Wall no mês passado —o que ainda não foi oficialmente confirmado pelas empresas— e a Audi limita-se a afirmar que suspendeu a montagem de veículos no Paraná até uma decisão definitiva da matriz sobre reiniciá-la ou não, a depender do mercado e de demandas tributárias.

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Independente das razões de um ou outra, ambas perderam participação nos primeiros seis meses de 2021. Com 2,9 mil licenciamentos, a Audi cresceu 9% sobre igual período do ano passado, menos da metade da média do segmento. E ainda assim, depois de apresentar várias novidades nos últimos doze meses.

A Mercedes-Benz tem muito mais a lamentar até. A marca “conseguiu” registrar novo declínio em um mercado em expansão significativa. Somente 2.975 de seus veículos chegaram às ruas de janeiro a junho. O volume é 4% menor do que os 3,1 mil licenciamentos alcançados no primeiro semestre de 2020, já um período de forte baixa nas vendas em decorrência do início da pandemia, com recuo de 35% da marca sobre os seis meses iniciais de 2019.

As duas marcas, na verdade, vêm acumulando números e participações declinantes há cerca de três anos. Em 2018, a Mercedes-Benz foi líder do segmento com 12,1 mil emplacamentos e a Audi, a terceira colocada, com 8,7 mil unidades negociadas e nem tão distante da então da BMW. Já em 2021, estão, respectivamente, apenas na terceira e quarta posições.

A BMW assumiu a ponta entre as marcas premium em 2019, a manteve no ano passado e encerrou os seis primeiros meses de 2021  com vantagem ainda mais cômoda. Segundo a Fenabrave, a marca bávara negociou  6.574 veículos no primeiro semestre, crescimento de 43% na comparação anual.

BMW Série 3 - 320i

Sua participação, assim,  beirou os 35%.”Esses resultados são históricos para a BMW do Brasil”, comemora Roberto Carvalho, diretor comercial da montadora.

Diferente de Mercedes-Benz e Audi, a BMW segue produzindo localmente e os veículos fabricados em Araquari, SC, responderam por 70% dos licenciamentos da marca de janeiro a junho. O 320i é o modelo premium mais vendido da BMW e do segmento premium, com 2.629 unidades emplacadas, 66% a mais do que em igual período de 2020.

A atual segunda colocada Volvo desde sempre optou pela importação e não deve estar arrependida dessa estatégia, mesmo com a vigorosa desvalorização do real desde o ano passado e que também elevou os custos de produção das concorrentes que optaram por montar veículos aqui com baixíssimos índices de nacionalização.

A sueca está comemorando seu melhor primeiro semestre no Brasil, com 3.874 unidades negociadas e crescimento de 44% na comparação anual. Todos os Volvo vendidos aqui têm motorização híbrida plug-in e no transcorrer deste segundo semestre será apresentado o primeiro carro 100% elétrico para o mercado brasileiro.

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A quinta colocada Land Rover, que mantém a produção do Discovery Sport em Itatiaia, RJ, e já anunciou a retomada da fabricação do Evoque no último trimestre de 2021, também tem desempenho superior ao da Mercedes-Benz e Audi no ano, ainda que abaixo da média do segmento.

A marca de origem inglesa negociou 2.712  SUVs, sendo 974 montados no sul-fluminense. Dos seis primeiros meses do ano, ela superou a Audi em vendas em três deles e a Mercedes-Benz em quatro.

A diferença para a Audi agora é de somente 190 veículos e de 263 unidades para a Mercedes-Benz. Não será supresa, portanto, se até o fim do ano a Lad Rover ganhar uma ou até duas posições no ranking premium.


Foto: Divulgação

George Guimarães
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