A falta de modelos 0 km no mercado brasileiro, decorrente de gargalos na produção provocados pela escassez de componentes eletrônicos, ampliou a procura por carros seminovos e, em consequência, houve aumentos expressivos nos preços desses produtos.
“Teve valorização de 20% a 30% nos modelos usados”, revelou Rafael Constantinou, diretor de marketing, comunicação e design/produto da Webmotors, ao divulgar nesta quarta-feira, 14, pesquisa feita em parceria com a Anfavea sobre intenção de compra para o segundo semestre e o comportamento do consumidor em tempos de pandemia.
Segundo o executivo, o aumento no preço dos modelos novos também influenciou na alta, mas a demanda aquecida está sendo decisiva para esse processo de valorização dos seminovos. Na sua avaliação, é um bom momento para a venda de usados no caso de quem pode se desfazer do automóvel e não precisa efetuar a troca de imediato, uma vez que há fila de espera para a compra do 0 km.
Com relação à pesquisa que abrangeu mais de 4,2 mil pessoas, Constantinou destacou que 75% dos entrevistados revelaram intenção de comprar ou trocar de carro ainda este ano. Dos consultados, 26% ainda não possuem um automóvel.
Com relação aos impeditivos para efetivar a compra, os preços elevados dos carros no mercado brasileiro aparecem em primeiro lugar tanto entre os que já possuem o bem como entre os que não têm, com, respectivamente, 58% e 62% dos votos. Na sequência vêm os altos juros praticados atualmente pelos bancos.
A preferência por SUVs (39%) predomina entre os que já possuem um automóvel, mas houve aumento, junto a esse público, pelo interesse por picapes – de 6% para 13% em seis meses. Já entre os que não têm carro, a preferência ainda é pelos hatches.
Foto: Pixabay
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