Marca criada para atender uso militar virou sinônimo de utilitários esportivos
A Jeep lidera, tranquilamente, o segmento de SUVs no Brasil. Com os nacionais Renegade e Compass, mais os importados Grand Cherokee e Wrangler, a marca encerrou o primeiro semestre com 73,2 mil licenciamentos e responde por 21% de todos os utilitários esportivos negociados.
Já é a sexta marca mais vendida de automóveis e comerciais leves, com 7,3% de participação, e a quinta (9,1%), se considerados somente os veículos de passeio, mercado em que de fato atua. São, de qualquer maneira, fatias recordes na história da marca no País, iniciada já nos primórdios da indústria automobilística local, mas eque ganhou outra dimensão a partir de 2015, com a inauguração da fábrica de Goiana, PE.
São também um presente e tanto para a Jeep, que completou exatos 80 anos nesta quinta-feira, 15. Nesse mesmo dia, em 1941, a então Willys-Overland assinou contrato com o Exército dos Estados Unidos para a produção e fornecimento de seu primeiro veículo militar.
Foram entregues mais de 350 mil unidades a partir de 1945 do Jeeps MB e que serviram de base para a versão civil CJ, cuja produção começou antes mesmo do fim da Segunda Guerra. O CJ-2A entrou para a história como o primeiro veículo leve com tração nas quatro rodas destinado ao público em geral.
Já em 1946, a Willys-Overland apresentou a Willys Wagon, a primeira station wagon de carroceria em aço. Três anos depois, o modelo ganhou tração nas quatro rodas, o que lhe assegura, segundo a marca, o título de primeiro SUV da história. Foi produzida ao longo de duas décadas e podia transportar sete pessoas, além da carga.
O primeiro SUV com câmbio automático chegou às ruas e estradas dos Estados Unidos em 1963. Ao combinar o conforto da nova transmissão com a robustez de um 4×4, o Wagoneer mudou a percepção dos consumidores sobre as possibilidades de aplicação do utilitário.
Modelo Jeep referência até hoje, o Cherokee XJ foi apresentado 1984 já com estrutura em monobloco. Logo em seguida, em 1986, nasceria o Wrangler, um SUV compacto que buscava ainda mais conforto sem perder integralmente as características de um off road.
Em 1992 o mundo conheceria o Grand Cherokee ZJ, apresentado como um avançado SUV premium. Cinco anos antes a Jeep fora comprada pela Chrysler Corporation e passou a compor a divisão Divisão Jeep-Eagle da ex-concorrente.
Dos quase “tratores” criados como ferramenta de trabalho para soldados e também do CJ-2A dos anos 40, os Jeep evoluíram seguidamente até consquistarem, em definitivo, status de automóveis sofisticados e ao mesmo tempo protagonistas do universo off road.
O portfólio de produtos e a abrangência de mercados e das bases produtivas — como as do Brasil, Índica e China — cresceram particularmente nos últimos dez anos. É deste período o compacto Renegade, que se somou à uma feliz renovação do Compass, até então mero coadjuvante da marca, e apostas como a Gladiator, considerada pela empresa como “a picape mais robusta da história”.
A Jeep, que passou a integrar a FCA (Fiat Chrysler Automobiles) em 2014 e, desde o começo de 2021, a Stellantis, fusão da própria FCA com a PSA Peugeot Citroën, trabalha agora na eletrificação de sua linha globalmente, obedecendo à estratégia do grupo que congrega outras treze marcas de automóveis.
Ainda este ano os brasileiros saberão o que essa nova diretriz da Stellantis representará nos Jeep vendidos aqui. Além do Commander, SUV de sete lugares que será fabricado em Goiana, a marca já confirmou o lançamento das versões híbridas do Compass e posteriormente do Renegade. E mais novidades esgtão a caminho no curto prazo.
Foto: Divulgação
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