Empresa

VWCO estrutura novo modelo de negócio para o e-Delivery

Estratégia considera produto e serviços que garantam baixo custo de propriedade para linha de caminhão que parte de R$ 780 mil

A Volkswagen Caminhões e Ônibus entende como os impactos das inovações podem ser absorvidos pelo mercado transportador, em especial no aumento de preços.

Vencer uma resistência inicial do transportador exige estratégia bem-elaborada. A evolução dos produtos mostra essa batalha a ser superada. Embora por força da lei, foi assim como o ABS, o motor eletrônico e outras tantas novidades tecnológicas incorporadas.

Para o e-Delivery, apesar do pioneirismo, que coloca marca como a primeira a desenvolver e produzir em série um caminhão 100% elétrico no País não cabe somente a proposta de um veículo que não emite gases poluente. Mas argumentos que provem ao transportador que também não irá perder dinheiro.

A conversa não é fácil. Afinal, que razões levariam o transportador a optar por um veículo até três vezes mais caro em relação a um similar a diesel que cumpre a mesma tarefa? A resposta está no TCO, o chamado custo total de propriedade. Aquele que no fim da conta resulta em menos gastos e mais rentabilidade.

A oferta do e-Delivery parte de duas configurações e quatro variações. A versão 4×2, para 11 toneladas, pode receber três ou seis conjuntos de baterias por R$ 780 mil e R$ 967 mil, respectivamente. No caso, do 6×2, para 14 toneladas, com opção dos mesmos conjuntos, custa R$ 795 mil e R$ 980 mil. São caminhões para entregar autonomia de 110 km ou 250 km.

“O investimento inicial assusta”, admite Ricardo Alouche, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Venda da VWCO. “Mas cabe lembrar que a operação deixa de consumir diesel e, pelas características da solução elétrica, há significativa redução no custo operacional. Um plano de manutenção, por exemplo, custa 50% menos em relação ao oferecido para o caminhão convencional.”

O resumo de Alouche trata somente parte do que a fabricante passa a oferecer ao transportador em vista a reduzir o TCO. “Em cinco, no máximo seis anos, a compra do e-Delivery se equivale ao do diesel.”

Juntamente ao produto, a VWCO concebeu um amplo arsenal de serviços e ferramentas para uma venda assertiva. “Não podemos correr o risco de errar. Será muito mais custoso reconquistar um cliente depois de um negócio que eventualmente trouxe resultados abaixo das expectativas dele.”

A venda começa por uma consultoria. É preciso entender as necessidades e as características da operação a fim de definir quantidade de veículos e o tamanho da infraestrutura de recarga. Caso for necessário, envolve até mesmo solução para geração e armazenamento de energia.

Depois, cabe a um conjunto de ferramentas para garantir um serviço de transporte eficiente reunidos no chamado VolksCare. Além de ofertas já conhecidas, como planos de manutenção, a VWCO integrou recursos específicos de gestão e telemetria voltados à operação eletrificada em busca de manter o veículo a maior do tempo em serviço. “Veículo elétrico se paga pela disponibilidade”, resume Antonio Cammarosano, diretor responsável pelo pós-venda.

A plataforma Rio é parte importante na estratégia. A conectividade une todas as pontas, desde as informações de localização e uso do veículo até uma eventual assistência técnica, em um tipo de gestão compartilhada.

A trajetória do e-Delivery começa de maneira gradual. Inicialmente pela rede das praças de São Paulo e Rio de Janeiro. E embora a resistência inicial do transportador seja habitual, volume expressivo de negócios já está confirmado.

Além de 100 unidades para Ambev, 20 para Coca-Cola Femsa, uma para a JBS e 58 empresas que sinalizaram interesse, outras 15 unidades foram negociadas logo após o lançamento online a mercado, na terça-feira, 13. A expectativa não concretiza venda, mas a VWCO espera entregar ao redor de 1 mil unidades do e-Delivery no ano que vem.

LEIA MAIS

→VWCO inicia novo capítulo com o lançamento comercial do e-Delivery

→VWCO inicia produção em série do e-Delivery


Foto: VWCO/Divulgação

Compartilhar
Publicado por
Décio Costa

Notícias recentes

Volvo garante cinco estrelas no primeiro Truck Safe do Euro NCAP

Novo protocolo de testes de segurança da organização passa por avaliações dos estágios de um…

% dias atrás

Dulcinéia Brant é a nova VP de compras da Stellantis na região

Ela substitui Juliano Almeida, que terá nova posição global na empresa

% dias atrás

Automec 2025 terá 700 expositores de outros países

É um número 20% superior ao da edição de 2023, também realizada no São Paulo…

% dias atrás

Stellantis apresenta a STLA Frame para veículos grandes

Plataforma a bateria da fabricante promete autonomia de até 1.100 km

% dias atrás

Com fraco desempenho de elétricos, mercado europeu cresce 0,7% em 2024

Ford vai demitir 4 mil trabalhadores na região até 2027

% dias atrás

Mercedes-Benz negocia 480 ônibus para BH

Transporte de passageiros

% dias atrás