Com falta de produtos, desempenho das vendas de veículos leves em julho foi o pior para o mês desde 2005
Osetor automotivo segue em franca recuperação, mas a oferta das montadoras continua bem abaixo da demanda e, com isso, as concessionárias não conseguem repor estoque para evitar as filas de espera hoje existentes no mercado. Devido à falta de produtos, o desempenho do segmento de veículos leves no mês passado representou o pior julho desde 2005.
O estoque na rede, segundo a Fenabrave, está em níveis criticamente baixos. Segundo Marcelo Franciulli, diretor executivo da entidade, as concessionárias têm apenas 67,7 mil carros e comerciais leves em seus pátios, o equivalente a 11 dias de venda. “O normal é volume próximo a 30 dias de venda ou pelo menos 20 dias”, comenta.
Há filas de espera para vários modelos de diferentes marcas, com prazos que chegam a 120 dias, como é o caso da Fiat Strada. A falta de produtos decorre dos gargalos nas linhas de produção provocados pela escassez de peças e componentes, principalmente semicondutores.
O problema é mundial e como o mercado europeu e norte-americano estão superaquecidos, as montadoras podem estar priorizando a entrega em mercado que consomem produtos de maior valor agregado em detrimento dos que oferecem modelos mais acessíveis, aqueles considerados de entrada.
As vendas de automóveis e comerciais leves limitaram-se a 162,4 mil unidades em julho, volume 4,2% inferior ao do mês anterior (169,6 mil). Enquanto o mercado de automóveis retraiu 7,3%, para 123,7 mil unidades, o de comerciais leves cresceu 7%, para 38,8 mil unidades. Nesse caso, segundo a Fenabrave, há menor dependência dos componentes eletrônicos.
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“Esse bom momento poderia ser estendido às vendas de automóveis caso houvesse disponibilidade de produtos”, comenta o presidente da Fenabrave, Alarico Assumpção Júnior. “Com o avanço da vacinação, a economia está, aos poucos, retornando à normalidade e há boa oferta de crédito, com um nível de aceitação de proposta de 7 para cada 10 enviadas aos bancos”.
Na sua avaliação, as projeções de crescimento para este ano poderiam ser revistas para cima não fosse a escassez de produtos nas concessionárias. Por enquanto a entidade mantém estimativa divulgada em junho de 10,7% de expansão para o mercado de veículos leves, para 1,95 milhão de unidades.
Foto: Pixabay
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