Osegmento de monovolumes grandes há tempos sobrevive praticamente de um único veículo no Brasil. Estaria extinto desde 2012, não fosse o lançamento da Chevrolet Spin, substituta da Zafira, que saíra de linha naquele ano junto com o Citroën Xsara Picasso, então os dois modelos nacionais líderes de vendas.
A partir de 2013, porém, a Spin passou a ser o único veículo do segmento de produção local e teve como concorrentes, nesta quase uma década, somente um outro modelo importado, para ofertas quase pontuais. O francês Citroen C4 Picass e a Chrysler Pacífica são dois bons exemplos, mas que anualmente têm pouquíssimas unidades licenciadas.
A exceção é a grandalhona Carnival. A grandcab da Kia é “habitué” do segmento desde 2014 e responsável por impedir que a Spin detenha 100% dos emplacamentos de grandcabs, como também é conhecida essa configuração de carroceria. Ainda assim, o modelo só altera as casas decimais da participação da concorrente.
Em 2020, aponta a Fenabrave, das 15.806 grandcabs vendidas no País, somente 123 unidades foram da Carnival e 15 da Chrysler Pacífica — o restante coube à Spin. De 2014 até julho passado, menos de 1,4 mil unidades do modelo Kia chegaram às ruas, com o recorde de 362 licenciamentos estabelecido no primeiro ano.
Apesar do restritos volume da Carnival e do próprio segmento, que não representa mais de 1% da vendas do mercado interno, a Kia Motors do Brasil não está disposta a abrir mão das poucas centenas de clientes que atrai a cada ano e já confirmou que começará vender a 4ª geração de sua grandcab no fim deste mês.
A expectativa das vendas médias não deve mudar. E é compreensível. Apesar de relacionada pela Fenabrave ao lado da Spin, a Carnival não pode ser vista como concorrente direta, seja pelo porte, tecnologias ou sofisticação que ostenta. A diferença de preço ilustra bem: a versão única da nova Carnival custará R$ 480 mil, quatro vezes mais do que algumas versões da Spin.
Agora o modelo da Kia, lançado há cerca de um ano, tem motor de 3,5 litros V6 a gasolina de 272 cv e transmissão automática de oito velocidades. A marca, entretanto, faz questão de enfatizar como destaques, antecipadamente, os recursos de conectividade, segurança e a tecnologia embarcada. No painel, sobressai o quadro de instrumentos digital interligado à central multimídia, formando uma enorme tela unificada.
A nova geração se aproximou muito de um SUV, com estilo mais esportivo e menos minivan. Mas, além de levar até oito pessoas, caberá à Carnival, ao lado da Spin, carregar as grandcabs à frente no Brasil — mesmo que com números residuais — e não sucumbir totalmente aos SUVs, como ocorreu com os hatches e monovolumes compactos nos últimos cinco anos.
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Foto: Divulgação
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