Com reflexo nas vendas internas e exportações, a produção de veículos recuou pelo segundo mês consecutivo por causa da falta de semicondutores que afeta especialmente as linhas de automóveis. Foram fabricados em julho apenas 163,6 mil veículos, o pior desempenho para o mês desde 2003 e o mais baixo volume deste ano. Houve recuo de 2% sobre junho e de 4,2% no comparativo interanual.
Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 6, pela Anfavea, que revelou ainda queda nas vendas internas totais, incluindo leves e pesados, de 3,8%, para 175,5 mil unidades em julho, e nas exportações de 29,1%, para somente 23,8 mil unidades no mês passado.
O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, garante que tanto o mercado interno como as vendas externas se mantém aquecidas, ou seja, os números poderiam ser bem melhores não fosse a falta de insumos e componentes eletrônicos. “Apesar dos esforços logísticos empenhados pelas empresas, infelizmente a indústria não tem conseguido produzir tudo o que vem sendo demandado”.
Reforçando informação de que não há previsão de normalização no fornecimento de semicondutores até meados de 2022. Moraes revela que os estoques atuais, de 85 mil unidades nas fábricas e nas concessionárias, são os menores das últimas duas décadas, “o que comprova a gravidade da situação”.
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Os números ainda são positivos no acumulado dos primeiros sete meses porque a base de comparação de 2020, que teve as linhas paralisadas entre abril e junho por causa da pandemia da Covid-19, é muito baixa. Foram produzidos este ano total de 1,31 milhão de veículos, com alta de 45,8% sobre janeiro a julho do ano passado.
O presidente da Anfavea diz que a indústria convive com custos altos tanto por conta das paralisações decorrentes da falta de componentes, como também pelo aumento dos preços das matérias-primas e insumos. Além disso, o setor também ampliou investimentos na área sanitária para fazer frente ao combate à Covid-19.
O executivo divulgou estudo da KBB que mostra aumento de 8,3% no preço dos carros novos nos últimos 12 meses e de até 24,8% no dos usados, que estão com demanda aquecida em decorrência da falta de modelos 0 km. Também apresentou dados do IBGE indicando altas de 109,8% nos preços das resinas, de 84,5% no aço e de 43% nos plásticos.
Foto: Divulgação/Jeep
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