Projeto com universidade e empresas parceiras dá destinação também a baterias usadas
Um carro ser movido puramente a eletricidade não quer dizer que suas emissões sejam integralmente zero. Se, por exemplo, a energia utilizada para recarregá-lo não for de fonte limpa, o saldo final pode até ser pior do que de um mesmo veículo com motor a combustão interna.
Garantir uma estrutura de carregamento limpa e ampla é o desafio ainda para a maior parte dos mercados que vislumbram o carro elétrico como um dos caminhos, se não o único, para a molibilidade neutra. E, neste caso, vale a pena ficar atento a um projeto experimental do BMW Group Brasil.
Escolhido entre os cinco melhores do programa mundial de Inovação e Intraempreendedorismo do BMW Group, realizado pela matriz alemã, é alternativa de sistema de recarga alimentada por energia solar e independente da rede pública estabelecida.
O eletroposto solar foi desenvolvido por um equipe multidisciplinar da operação brasileira da BMW em conjunto com o Centro de Pesquisa Estratégica em Energia Solar da Universidade Federal de Santa Catarina, o Grupo Solvi, responsável pela coleta das baterias usadas nas concessionárias BMW, e a Energy Source, empresa especializada na fabricação e montagem de sistemas de armazenamento de energia com baterias usadas.
Além de assegurar a mobilidade limpa e sustentável, já que também está livre de eventuais crises de abastecimento de uma rede coligada, o projeto tem um segundo efeito positivo: cria destinação e uma segunda vida para as baterias de alta voltagem, um problema conhecido após seu ciclo de vida útil como fonte de energia dos próprios automóveis elétricos.
“Com este novo projeto, podemos ter uma solução totalmente ecológica e única que permitirá aos clientes abastecerem as baterias de alta voltagem de maneira limpa em suas instalações”, afirma Márcio Fonseca Filho, diretor de Suporte ao Cliente do BMW Group Brasil.
A primeira estação montada utiliza seis módulos de baterias que foram retiradas de alguns BMW i3, primeiro modelo totalmente elétrico da empresa oferecido no mercado interno. A energia armazenada neles é captada por oito conjuntos de painéis solares instalados na cobertura e acoplados a um inversor que, além de monitorar a energia produzida, alimenta os veículos por meio de carregador BMW Wallbox.
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O eletroposto precisou de duas horas para assegurar 100 km de autonomia. Segundo a montadora, novos desenvolvimentos e testes serão encaminhados para aumentar a capacidade de armazenamento de energia e diminuir o tempo de recarga.
Mas “o resultado permite avançar na ideia do uso de unidades móveis de recarga em eventos ou até mesmo em locais distantes, desprovidos de acesso à rede elétrica pública”, pondera a montadora, que pretende reduzir a emissão de CO2 por veículo em 80% na produção, 40% no uso e em 20% nos fornecedores até 2030, quando comparado aos índices registrados em 2019.
Foto: Divulgação
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