Osetor automotivo segue contratando este ano, mas o quadro ainda é negativo com relação ao início do ano por causa das demissões na Ford, que anunciou a suspensão das operações fabris no Brasil em janeiro. Após 1,2 mil admissões em junho, houve mais 525 em julho, principalmente nas montadoras de caminhões, que seguem com demanda aquecida.
No cômputo geral, contudo, a indústria fechou o mês passado com quadro praticamente estável – 102.740, ante os 102.732 postos de trabalho de junho – por cauta das demissões ainda em curso nas fábricas da Ford. A empresa estadunidense só fechou acordos trabalhistas no segundo trimestre do ano, com grande volume de dispensa em junho – perto de 2,5 mil – e um rescaldo próximo de 500 em julho.
A partir de agora o fechamento das fábricas da Ford no País não devem mais ter grande impacto no efetivo do setor automotivo brasileiro. Com relação a janeiro, quando as montadoras empregavam 103,4 mil trabalhadores, ainda há um gap de 700 postos.
De acordo com o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, o grosso das contratações este ano ocorre nas linhas de caminhões, que no acumulado dos primeiros sete meses atingiu produção de 89,5 mil unidades, com alta de 115% sobre o mesmo período de 2020 (41,5 mil).
A base de comparação é baixa, por causa das paralisações decorrentes da Covid-19 entre abril e junho do ano passado, mas o índice é bem mais expressivo do que o verificado nos automóveis, que expandiu a oferta em 36% – de 730 mil para 993 mil – por causa da falta de semicondutores que tem levado a maioria das montadoras a suspender parcial ou totalmente a produção.
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Por causa desse problema, inclusive, Moraes não vê espaço para ampliação mais significativa do quadro de mão de obra este ano. “Este para a volta nas linhas de montagem por causa dos semicondutores acaba representando custos adicionais e não tem como as fabricantes de automóveis investirem em aumento de produção e, consequentemente, em novas contratações”.
Como já revelado em junho, a Anfavea não vê soluções para o desabastecimento do setor antes do final do próximo ano, o que significa que o mercado brasileiro de veículos leves vai continuar enfrentando problemas com baixos estoques e falta de produtos ainda por um bom tempo.
Foto: Divulgação/Mercedes-Benz
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