Apesar de ainda conviver com restrições por causa das medidas de isolamento social impostas pela pandemia, a indústria de motocicletas está comemorando a demanda crescente no mercado brasileiro e prevê ampliar a produção este ano acima do previsto inicialmente.
Ante projeção anterior de fabricar 1.060.000 unidades, a Abraciclo programa agora 1.220.000, o que representará crescimento de 26,% sobre 2020 (961 mil) e desempenho superior ao de 2019 (1.127.000), superando assim volumes pré-pandemia. O setor está ampliando o nível de emprego, com 20,1 mil postos de trabalho atualmente, incluindo contratados, terceirizados e temporários, 3,8 mil a mais do que os 16,3 mil de 2020.
Assim como os demais segmentos automotivos, o setor enfrenta problemas com falta de peças e insumos, conforme admite o presidente da entidade,Marcos Fermanian. Ele explica, contudo, que a produção verticalizada das fábricas de Manaus, AM, permite que as empresas “administrem bem a escassez de componentes”, sem enfrentar problemas de paralisações nas linhas como ocorre nas montadoras de automóveis.
A Abraciclo também revisou para cima as metas de vendas internas e externas, estimando agora 1.140.000 emplacamentos este ano, alta de 24,6% em relação aos 915.157 de 2020. A projeção anterior era de 180 mil unidades. As exportações devem atingir 51 mil unidades, crescimento de 51,1% sobre o ano passado (33.750). Também nesses dois casos os volumes estão acima dos registrados em 2019.
O presidente da Abraciclo voltou a lembrar que o mercado de motos acabou sendo favorecido pela pandemia, devido ao aumento dos serviços delivey e também pela maior procura pelo veículo por parte de quem quer evitar o transporte público. Também lembrou que os números atuais, apesar de positivo, ainda estão vem aquém do recorde de 2011, quando o setor produziu 2 milhões de unidades.
Dados do mês e do acumulado
Balanço divulgado nesta quarta-feira, 11, pela Abraciclo mostra que foram produzidas 95.025 motocicletas em julho, volume 9,9% inferior ao registrado em junho (105.450 unidades) e 3% menor na comparação com o mesmo mês do ano passado (97.920 motocicletas).
Fermanian explica que esse recuo na produção já era esperado devido às férias coletivas das fábricas no período. No acumulado do ano, a indústria fabricou 663.888 unidades, alta de 35,4% em relação a 2020 (490.137) e o melhor resultado para os primeiros sete meses do ano desde 2015.
LEIA MAIS
→Mercado de motos reage, mas oferta continua aquém da demanda
→Consórcio Honda cria planos para motos pequenas e scooters
Os emplacamentos em julho somaram 112.538 unidades, com aumento de 5,5% em relação ao mês anterior (106.680 motocicletas) e de 32,2% sobre o mesmo mês do ano passado (85.148).
Segundo a entidade, esse foi o melhor resultado para o mês desde 2014 (121.012 unidades). No acumulado do ano, foram licenciadas 629.692 motos, 44,7% a mais do que as 435.289 unidades emplacadas no mesmo período de 2020. Nesse mesmo comparativo as exportações cresceram 115,4%, com 32.286 embarques este ano.
A Argentina lidera o ranking dos destinos, com 9.445 unidades e 29,7% do volume total exportado. Na sequência, ficaram a Colômbia (7.039 unidades e 22,1% das exportações) e Estados Unidos (6.570 unidades e 20,7%).
Foto: Divulgação/Yamaha
- 2025, o ano da decolagem dos eletrificados “made in Brazil” - 19 de dezembro de 2024
- 2024, um ano histórico para o setor automotivo brasileiro - 19 de dezembro de 2024
- Importações de autopeças avançam 11%, exportações recuam 14% - 18 de dezembro de 2024