Com Hyundai e Chery, "marca Caoa" já tem 2% do mercado nacional de automóveis
Tão arrojado quanto polêmico, Carlos Alberto de Oliveira Andrade, o empresário paraibano falecido no sábado, 14, aos 77 anos, não foi “mais um” líder do seto entre centenas. Admirado por muitos e contestados por tantos outros, o Doutor Carlos, com era conhecido o fundador do Grupo Caoa, constituiu e consolidou um conglomerado de capital nacional sem igual nos mais de 60 anos da indústria automobilística brasileira.
Em quatro décadas, ele transformou a primeira revenda Ford, comprada no fim dos anos 70, em uma rede de mais de uma centena de concessionárias de várias marcas, tornou-se importador da Renault, depois Hyundai e Subaru, e passou a fabricante de veículos da própria Hyundai e mais recentemente da Chery ao comprar a operação da montadora chinesa e agregar seu nome à marca.
Para além de qualquer crítica, sua disposição financeira para bancar maciças campanhas publicitárias e que, muitas vezes, provocavam abertamente potenciais marcas concorrentes, mostrou-se uma ferramenta eficaz na trajetória da empresa como fabricante de veículos.
Até chegarem às mãos do Doutor Carlos, Hyundai e Chery, cada uma a seu tempo, eram ilustres desconhecidas da maioria dos consumidores brasileiros ou até mesmo rejeitadas por outra boa parte.
O quadro mudou, e muito!, a partir daí. Se fossem computados só os emplacamentos dos veículos das duas marcas produzidos pelo grupo brasileiro nas plantas de Jacareí, SP, e Anápolis, GO, a Caoa supera 2% do mercado interno de automóveis e comerciais leves no acumulado de 2021, com mais de 24 mil unidades — 19,1 mil Chery e perto de 5 mil Hyundai.
Esse desempenho coloca a “marca Caoa” à frente de gigantes globais como Peugeot e Citroën, que venderam, respectivamente, 15,1 mil e 11,7 mil veículos, e muito próxima de nomes como Ford (27,2 mil unidades), cuja participação é de 2,3%.
Só os veículos da Caoa-Chery respondem por 2% do mercado interno de automóveis, já uma fatia maior do que a da própria Ford, que tem 1,7% das vendas, e o dobro da Citroën (1%).
A linha da Chery é, sim, a grande aposta do grupo que já vinha sendo comandado por equipe de executivos e que inicia uma nova etapa com a ausência de Andrade, que ainda seguia exercendo sua voz em muitas áreas e atividades.
A atual 10ª colocação entre as marcas de carros de passeio mais vendidas é apenas um degrau nos planos da empresa. A meta para o ano assumida por Marcio Afonso, CEO da Caoa Chery, é vender perto de 34 mil unidades ao longo deste ano.
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Pelo ritmo dos negócios, a prevista ampliação da rede de revendas em cerca de 25% e a planejada ampliação do cardápio de produtos, parece ser número conservador.
Com cinco SUVs e dois sedãs montados no Brasil, e mesmo sem uma picape ou furgão, a Caoa Chery tem tudo para ultrapassar a Ford no geral, quase como que num fechamento de ciclo histórico, desde a primeira revenda Ford. Algo que, mesmo não declarado, deve ter sido um dos anseios do Doutor Carlos quando decidiu ser também um fabricante de veículos.
Foto: Divulgação
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