Apartir do desempenho obtido no primeiro semestre, a Anef, Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, revisou para cima a projeção de crescimento para 2021. Conforme balanço divulgado nesta sexta-feira, 20, foram liberados R$ 92,6 bilhões para a compra de veículos no acumulado até junho, o que representou crescimento de 45,2% frente aos R$ 63,8 bilhões do mesmo período de 2020.
A modalidade de crédito CDC é a principal responsável pela expansão, registrando R$ 92,2 bilhões no semestre. Diante do atual panorama, a entidade estima agora que o setor fechará o ano com a liberação de R$ 180,1 bilhões, uma alta de 14,9% em relação ao ano passado, ante estimativa anterior de evolução de 12,5%.
A Anef também divulgou número relativos ao saldo total das carteiras de veículos, que teve alta de 16,8% nos primeiros seis meses do ano e chegou a R$ 306 bilhões em junho. O presidente da Anef, Paulo Noman, diz que as projeções positivas para 2021 se confirmaram a partir do balanço parcial do ano, instaurando um novo momento para o setor.
“Os resultados mostram que o total de recursos liberados voltou a atingir níveis pré-pandemia e o saldo das carteiras mantém ritmo de alta. No entanto, há muitas variáveis agindo sobre a cadeia produtiva do setor, bem como a conjuntura nacional. Os bancos de montadora têm atuado de forma estratégica, criando soluções adequadas para cada momento, auxiliando no escoamento da produção”, destaca o executivo.
Enquanto o CDC crescer, o leasing, que acumula perdas significativas em representatividade nos últimos anos, registrou recuo de 21,6% no semestre, com apenas R$ 2,6 bilhões no saldo das carteiras,. O pagamento via Finame na categoria de caminhões e ônibus encolheu 12 pontos percentuais no primeiro semestre, chegando aos 20%, mesmo patamar observado no fechamento de 2019. A modalidade encerrou 2020 representando 32% de todos os pagamentos.
As demais modalidades mantiveram os níveis observados nos últimos cinco anos. A média dos financiamentos para veículos e comerciais leves tem permanecido na casa dos 50% e, no caso das motocicletas, em torno de 40%.
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Com relação às taxas de juros, o movimento de alta se acentuou em março, quando a Selic sofreu sua primeira elevação em sete meses, saindo da mínima histórica de 2% ao ano em um movimento que deve se estender no curto prazo. “No cenário de alta da taxa básica de juros, os bancos de montadora assumem posição de destaque. Pela natureza do negócio, nesse momento, nossos associados são capazes de trabalhar de forma muito competitiva, oferecendo aos clientes as melhores taxas do mercado”, completa Noman.
Com planos máximos estendidos para 72 meses, o prazo médio das concessões de crédito, ou seja, o período desde a contratação até o vencimento da última prestação, confirma previsão, tendo subido mais de dois pontos com média de 46,5 meses registrada em junho deste ano.
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